António Costa e Marques Mendes elogiam coragem política de Jorge Sampaio

Apresentado segundo volume da biografia do antigo Presidente da República, da autoria do jornalista José Pedro Castanheira.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES
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O primeiro-ministro, António Costa, e o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes coincidiram nesta sexta-feira nos elogios "à coragem" e à capacidade de decisão que marcaram o percurso político do antigo Presidente da República Jorge Sampaio. Estas posições comuns a António Costa e a Marques Mendes foram transmitidas durante a sessão de apresentação do segundo volume da biografia de Jorge Sampaio, livro da autoria do jornalista José Pedro Castanheira, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.

A sessão contou com a presença do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, do fundador do PSD e antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, do ex-coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, do dirigente histórico comunista e membro do Conselho de Estado Domingos Abrantes, entre outras personalidades.

Na plateia, que se encontrava completamente cheia, estavam ainda o ex-presidente do Tribunal de Contas Guilherme D'Oliveira Martins, o ensaísta e conselheiro de Estado Eduardo Lourenço, o administrador da Caixa Geral de Depósitos Rui Vilar e o ex-líder parlamentar do PS Alberto Martins.

Falando após o jornalista José Pedro Castanheira, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro defendeu que Jorge Sampaio tem por vezes junto dos portugueses uma imagem de pessoa "amabilíssima e civilizadíssima, o que por vezes se associa a alguma indefinição pessoal". "Indefinição pessoal por Jorge Sampaio não ter a característica de fazer discursos cortantes. Mas a verdade é que, em todos os momentos decisivos que enfrentou, Jorge Sampaio nunca hesitou", defendeu António Costa.

Costa, que foi director da campanha presidencial de Jorge Sampaio em 1996, considerou que o antigo chefe de Estado "não hesitou quando decidiu candidatar-se a presidente da Câmara de Lisboa em 1989, triunfando depois nesse acto eleitoral". "Também não hesitou quando, após a derrota do PS nas eleições legislativas de 1991, não aceitou a cómoda proposta de ser presidente do partido, entregando o cargo de secretário-geral a António Guterres. Mesmo sabendo que estava [perante António Guterres] em desvantagem quis ir à luta e contar votos", referiu o actual primeiro-ministro.

António Costa afirmou também que Jorge Sampaio tomou uma decisão de risco quando, ainda sem ter garantido o apoio do PS, anunciou a sua candidatura ao cargo de Presidente da República, assumindo-se então como o candidato "de toda a esquerda" e fazendo depois com que Cavaco Silva tivesse nesse acto eleitoral a única derrota da sua carreira política.

"Vejo a carreira política de Jorge Sampaio com duas caraterísticas que muito aprecio: Coragem política e frontalidade", declarou por sua vez o antigo ministro social-democrata Luís Marques Mendes.

Marques Mendes apontou como exemplos de coragem as decisões de Jorge Sampaio quando "não cedeu às pressões do PS" e nomeou Pedro Santana Lopes primeiro-ministro para suceder a Durão Barroso em 2004, e quando meses depois dissolveu a Assembleia da República. "Mas Jorge Sampaio também resistiu às pressões para que o Procurador-Geral da República Souto Moura fosse demitido em consequência do processo Casa Pia", referiu.

Neste contexto, António Costa acrescentou que Jorge Sampaio "pondera tudo, o que não significa hesitação, mas rigor e exigência consigo próprio".

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