Saúde, ao serviço de todos

É importante assim criar políticas nacionais e locais que tem consistentes respostas e que se redirecionam, excluindo estereótipos e preconceitos

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Tim Marshall/Unsplash

Quando se fala em saúde, e recaímos sobre a sua universalidade de acesso, se explorarmos melhor em que é que isso se traduz, percebemos que ainda é preciso suprimir muitas barreiras e explorar muito as necessidades em saúde, de certos grupos, que estão em muito condicionadas pelo estigma social.

O acesso efetivo em saúde é diferente de acesso para e por todos. A frase de Boaventura de Sousa Santos vem de engate nesta ideia: “Temos o direito a ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; Temos o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza”.

A internalização do estigma, a sensação de vergonha, leva à exclusão social, afetando seriamente o aceso a cuidados de saúde.

É importante assim criar políticas nacionais e locais que tem consistentes respostas e que se redirecionam, excluindo estereótipos e preconceitos. Para isto, tem de deixar de existir por parte dos agentes sociais e políticos a perpetuação das desigualdades.

Por isto é importante que existam espaços para que as pessoas possam recorrer aos mesmos, sem qualquer sentimento recriminatório, mas também, por outro lado, em que os profissionais possam prestar cuidados de qualidade e segurança.

O GAT (Grupo de Ativistas em Tratamento) é um dos exemplos de grupos, que atuam de forma individual e também em cooperação entre pessoas de diferentes comunidades e organizações, afetadas pelo HIV e SIDA, fornecendo através de diferentes projetos, cuidados reais em saúde a pessoas que vivem com HIV e SIDA, através de rastreios, informação, oferta de serviços (administração de vacinas e ATB, consultas, sessões de apoio).

De entre os demais projetos, vale a pena nomear dois destes, que sucintamente atuam para oferecer respostas de apoio social e de saúde.

O In-Mouraria tem para oferecer resposta na área da redução dos riscos associados ao consumo de drogas, fornecendo todos os materiais necessários para um consumo, contribuindo também na ideia no empenho da defesa dos direitos e da participação direta das pessoas que usam droga.

O Centro Anti-Discriminação que promove soluções e instrumentos jurídico-socias para a promoção dos direitos a pessoas mais vulneráveis, que vivem com o HIV.

O combate para uma saúde igualitária ainda é um combate bastante precário. Não só pelos estigmas, mas também por todos os clichês em volta de grupos que estão a ser marginalizados pelo Serviço Nacional de Saúde, não existindo respostas e soluções em saúde.

Quando criamos um serviço social, à disposição económica só de e para alguns, marginalizando outros, criando lacunas na saúde da população, por acreditarmos que uns têm mais direitos que outros, só porque os comportamentos não são todos lineares e com um fio de prumo ao dos demais que a sociedade aprova.

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