Jogador do Canelas 2010 já tinha sido detido por agressão a um polícia

Processo aberto há três anos terá sido arquivado. Marco Gonçalves foi interrogado por um juiz e fica proibido de contactar árbitros e de frequentar recintos desportivos. Está indiciado por ofensa à integridade física qualificada.

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Imagem do jogo em que Marco Gonçalves agrediu o árbitro DR

O jogador do Canelas 2010 Marco Gonçalves, detido pela PSP por agressão a um árbitro, no domingo, no encontro entre o Rio Tinto e o Canelas 2010, já estava referenciado pela polícia por outros episódios de agressões. Num deles, acabou detido depois de ter alegadamente agredido um agente do Corpo de Intervenção da PSP, em Lisboa, nas imediações do Estádio da Luz, no âmbito do jogo entre o Benfica e o FC Porto. Este episódio, salientou fonte policial ao PÚBLICO, terá ocorrido há três anos e a detenção ter-se-á registado durante uma carga policial. O processo-crime desencadeado terá sido entretanto arquivado.

O jogador foi interrogado na tarde desta segunda-feira por no Tribunal de Instrução Criminal do Porto e o juiz decidiu, já o início da noite, que Marco Gonçalves fica proibido de contactar árbitros e de frequentar recintos desportivos enquanto decorre o processo em que está indiciado por ofensa à integridade física qualificada. O juiz entendeu que o crime em causa é de especial censurabilidade e perversidade. O jogador não prestou declarações ao juiz, por "esta não ser a altura para isso", explicou o seu advogado Nélson Sousa.

Segundo fonte policial, Marco Gonçalves foi durante muitos anos segurança em bares do Porto, desconhecendo-se se ainda exerce essa actividade para a qual estava autorizado. Terá pedido ao Ministério da Administração Interna uma licença para exercer a actividade de segurança. O jogador é também referenciado pelas autoridades por ser um dos membros destacados da claque dos Super Dragões, onde é conhecido pela alcunha “Orelhas”. É também tido como um dos braços-direitos do líder da claque, Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”.

Foi ouvido por um procurador primeiro

Marco Gonçalves já tinha sido ouvido na manhã desta segunda-feira por um procurador em Gondomar. Poderia ter sido submetido a um julgamento sumário, mas tal não aconteceu. Em causa está o facto, salientou fonte judicial, de faltar ainda o relatório do Instituto de Medicina Legal sobre a caracterização das lesões provocadas ao árbitro. Não se sabia ainda então o crime em que encaixaria a actuação do jogador. Em julgamentos sumários podem ser julgados crimes cuja moldura penal prevista é inferior a cinco anos de prisão e cujos arguidos foram detidos em flagrante, como é o caso do crime de ofensas à integridade física simples. O juiz do Tribunal de Instrução Criminal do Porto acabou por esclarecer esta questão. Estando em causa um crime de ofensas à integridade física qualificada, a pena a aplicar já pode ir até aos 12 anos de prisão. 

O jogador foi ouvido pelo juiz já depois de ter sido inquirido pelo procurador de manhã por o Ministério Público ter considerado que estava em causa o perigo de perturbação tranquilidade pública, vulgarmente referido como alarme social, e por entender que ao arguido deveria ser aplicada uma medida de coacção mais gravosa do que o termo de identidade e residência, o que veio efectiva a suceder.

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