PS diz ser preciso continuar a avaliar tráfego na Via do Infante para decidir portagens

Direita pede redução ou suspensão das portagens na A22 enquanto durarem as obras; à esquerda insiste-se na abolição das taxas.

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Os protestos anti-portagens no Algarve são comuns à porta da Festa do Pontal, do PSD, em Quarteira, todos os anos em Agosto. vasco celio (colaborador)

O deputado do PS António Eusébio defendeu esta quinta-feira que uma eventual diminuição do preço das portagens na Via do Infante, no Algarve, depende da avaliação do aumento de tráfego que mantenha a receita do Estado. "Hoje podemos afirmar com maior convicção que a diminuição dos valores das portagens gera um aumento de tráfego e, consequentemente, reduzindo o custo das mesmas, poderemos continuar a manter a receita do Estado, mantendo os compromissos orçamentais e melhorando a mobilidade regional. É com essa monitorização que o Governo deverá decidir diminuir ou não o valor das portagens", afirmou António Eusébio.

Na discussão desta tarde no plenário da Assembleia da República sobre os projectos de resolução do PSD, BE, CDS-PP, PCP e PEV sobre as portagens na A22 (Via do Infante), o deputado socialista justificou que "Portugal não dispõe de condições financeiras e económicas para defender uma solução livre de portagens". Por isso, "responsavelmente, o compromisso do PS foi o de progressivamente diminuir o valor das portagens da A22", disse, em resposta às muitas críticas que ouviu das outras bancadas, sobretudo acerca da promessa eleitoral de reduzir ou acabar com algumas portagens.

"Já iniciámos esse caminho", afirmou, acusando PSD e CDS de não terem feito nada em mais de quatro anos de governação. "Apesar da redução de 15% das tarifas na Via do Infante - decidida e implementada no passado Verão pelo actual Governo - demonstrar uma evolução positiva, que deve ser ampliada nos próximos anos, ao longo da presente legislatura", sustentou.

O CDS-PP pede a diminuição do custo das portagens da A22, "mantendo o seu congelamento até que as obras de requalificação da EN125 estejam concluídas", enquanto o PSD apresentou um projeto de resolução pela suspensão da cobrança de portagens até à conclusão das mesmas obras. PCP, BE e PEV pedem a abolição das portagens, embora o partido ecologista "Os Verdes" considere que deve ser o Governo a tomar decisão, enquanto comunistas e bloquistas querem que seja o Parlamento a defender a medida.

O centrista Hélder Amaral criticou o Governo pela "segunda série da saga 'palavra dada é palavra honrada'": "Em vez de reduzir, aumenta." Cristóvão Norte, do PSD, explorou as diferenças de posição entre o PS, BE e PCP. "Temos a abolição do PCP e do BE e a redução dos 50% do PS - o resultado aritmético é uma redução de 15%, mas fizeram uma actualização de 2%."

O deputado comunista Paulo Sá argumentou que "as portagens não são uma inevitabilidade, como alguns tentam fazer crer", mas "uma opção de PS, PSD e CDS, que preferiram esmagar os utentes e a economia regional com as portagens para não terem de beliscar os interesses dos grupos económicos que detêm a concessão da Via do Infante".

O bloquista João Vasconcelos alertou para o impacto da continuação das portagens no apoio popular ao Governo pelos algarvios: "As pessoas do Algarve depositaram uma grande esperança neste Governo, mas se não forem dados passos concretos para resolução dos principais problemas e reivindicações das pessoas, a esperança começará a esvair-se."

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