Eduardo Cunha, que lançou destituição de Dilma, condenado a 15 anos de prisão

Ex-presidente da Câmara dos Deputados foi considerado culpado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

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Reuters/UESLEI MARCELINO

O ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, foi condenado a uma pena de 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. O ex-deputado do PMDB, o partido do Presidente Michel Temer, já se encontrava detido desde Outubro na prisão federal de Curitiba.

Cunha foi apanhado nas malhas da Operação Lava-Jato, que investiga um mega-esquema de corrupção que envolve a petrolífera estatal Petrobras e uma boa parte da classe política brasileira.

"Não pode haver ofensa mais grave do que a do que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganhos próprios", escreveu o juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação, citado pelo jornal Globo. A defesa do ex-deputado anunciou que vai recorrer.

Considerou-se provado que Cunha recebeu 1,5 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) para facilitar a aquisição, pela Petrobras, de um campo de exploração petrolífera no Benim, em 2011, que, de acordo com a investigação, terá causado prejuízos de 77,5 milhões de dólares à Petrobras. O dinheiro recebido pelo então deputado do PMDB terá sido depositado numa conta na Suíça.

Foi Cunha que, enquanto presidente da Câmara dos Deputados, conduziu o processo de destituição da ex-Presidente, Dilma Rousseff. Aquele que chegou a ser um dos homens mais poderosos da política brasileira foi um aliado muito próximo do actual Presidente, Michel Temer, que chegou ao poder na sequência do afastamento de Rousseff.

Porém, depois de perder o cargo de deputado (e a imunidade judicial), Cunha foi formalmente acusado de corrupção e detido em Brasília.

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