Aeroporto Cristiano Ronaldo viverá para lá da polémica

Homenagem ao avançado português decorreu na manhã desta quarta-feira no agora Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo. Presidente da República e ANA enterraram a polémica, e o jogador agradece.

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Cristiano Ronaldo não é hipócrita. Sabe, e disse-o na manhã desta quarta-feira, na cerimónia de homenagem que rebaptizou o Aeroporto da Madeira com o nome do futebolista, que muitos não concordam com o rebranding. “Algumas dessas pessoas estão aqui”, atirou, naquele jeito desafiante com que olha para a baliza.

“Agradeço por isso ao presidente do governo regional [Miguel Albuquerque] ter tido a coragem e a firmeza para avançar com esta decisão”, continuou o internacional português, depois de ter começado por dizer que não pediu a ninguém aquela homenagem. “Fico feliz, claro. Não sou hipócrita”, repetiu.

Perante uma multidão de pessoas que seguiam a cerimónia por um ecrã gigante, e com o Presidente da República e o primeiro-ministro presentes, a polémica desencadeada pelo anúncio de Miguel Albuquerque em alterar o nome da principal porta de entrada do arquipélago para Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo morreu ali.

Primeiro foi Marcelo Rebelo de Sousa, que terá tido dúvidas iniciais sobre a alteração, a sublinhar que a homenagem era e é merecida. O chefe de Estado enumerou três aspectos que ficam para lá de uma polémica. A conjugação da autonomia regional com a unidade nacional, em resposta ao atrito entre Lisboa e Funchal neste processo. A excelência que alimenta o orgulho nacional e projecta o país no mundo, para concordar com atribuição do nome do futebolista madeirense àquela infra-estrutura. E a coragem de uma escolha, a do governo regional que implica responsabilidades, mas suscita confiança em Ronaldo.

“Mesmo quando não entrar em nenhum relvado, quando não marcar um golo, não for o primeiro e o melhor, os portugueses têm confiança ilimitada em Cristiano Ronaldo”, frisou Marcelo, repetindo mais à frente no discurso que se tratou de uma escolha excepcional para uma personalidade excepcional.

Um exemplo, continuou, para todos os miúdos que com “bolas feitas de pouca coisa” jogam nas vielas dos bairros mais pobres, sonhando um dia ser como ele.

Miguel Albuquerque repetiu os adjectivos sobre o jogador que a Madeira chama seu. “É o português mais conhecido do mundo, admirado em todos os continentes e por todas as gerações”, frisou o líder do executivo regional, lembrando que, apesar da fama e do sucesso, Ronaldo nunca virou as costas à ilha onde nasceu. “É, por isso, uma grande honra estar aqui a homenageá-lo e estou certo que represento a maioria dos madeirenses e dos portugueses.”

Com toda a ilha política em peso no aeroporto – deputados, membros do governo, autarcas e até antigos governantes como Alberto João Jardim – o presidente da Aeroportos de Portugal (ANA), entidade concessionária da infra-estrutura, assinou por baixo da homenagem. “A imagem da ANA sai reforçada com esta associação”, disse Jorge Ponce de Leão, admitindo que existem outros, muitos, grandes portugueses merecedores de idêntica homenagem. Mas, argumentava Ronaldo um pouco depois, “as homenagens devem feitas às pessoas em vida”.

A cerimónia, curta, terminou com o descerrar de uma placa alusiva e de um busto do avançado de Portugal e do Real Madrid, que tem feito as delícias da Internet. Antes de António Costa seguir para um almoço com os autarcas do concelho de Santa Cruz, onde está localizado o aeroporto, e de Marcelo "se banhar" numa multidão de selfies e autógrafos, ainda houve tempo para a comitiva visitar no local uma exposição de caricaturas do jogador que estará depois patente no Museu da Imprensa, no Porto.

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