Penela quer chamar empreendedores para o mundo rural

Programa de ideias de negócio pretende instalar 10 empresas no município até Junho de 2018.

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O projecto é uma parceria entre a autarquia e o Instituto Pedro Nunes e tem um orçamento de 348 mil euros Adriano Miranda

O município de Penela quer atrair empreendedores que tenham ideias de negócio para pôr em prática em territórios rurais. O objectivo passa pela criação de empresas, enquanto combate a corrente de desertificação do interior. 

É esse o papel do projecto “Smart Rural, Smart HIESE”, apresentado nesta terça-feira em Penela, concelho do interior de Coimbra, já na fronteira com o distrito de Leiria. A iniciativa pretende instalar 10 empresas até Junho de 2018 no HIESE, que é a sigla para Habitat de Inovação Empresarial nos Sectores Estratégicos de Penela, uma infra-estrutura que entrou em funcionamento em Janeiro deste ano e custou 1,2 milhões de euros.

O presidente da câmara de Penela, Luís Matias, detalha que os sectores estratégicos definidos pelo projecto são a agro-indústria, a floresta, os serviços ambientais, as tecnologias ligadas aos serviços sociais e os produtos e serviços ligados turismo. “Tudo o que tem um grau de endogeneização grande no que diz respeito ao nosso território”, acrescenta.

Sendo uma parceria entre a autarquia e o Instituto Pedro Nunes (IPN), a incubadora de empresas sedeada em Coimbra, o projecto tem um orçamento de 348 mil euros e é financiado por fundos comunitários em 85%, com a contrapartida nacional assegurada pelo município.

Luís Matias explica que este projecto de gestão conjunta permite aproveitar “competências que o IPN tem no apoio ao empreendedorismo e às empresas” e permite também “transformar o HIESE na incubadora do IPN ligado aos negócios de base rural”.

O presidente refere que os alvos não são apenas os munícipes de Penela, mas qualquer indivíduo que tenha uma ideia de negócio que se enquadre nas linhas orientadoras do “Smart HIESE”. “Queremos que os empreendedores na Região Centro que procuram ter negócios ligados a estes sectores estratégicos vejam no HIESE um espaço privilegiado de desenvolvimento desses projectos”.

Para Paulo Santos, director da incubadora de Coimbra, este é um programa de estímulo ao empreendedorismo de base local e o “primeiro de alguns casos” que o IPN quer ver replicado no território.

Alavancar o HIESE enquanto espaço preferencial para a criação de ideias inovadoras associadas ao mundo rural também significa “lutar contra a corrente de desertificação”, sublinha o responsável, ao mesmo tempo que torna o território “mais atractivo para o investimento”. Para além das 10 empresas criadas até meados do próximo ano, o objectivo passa também por sensibilizar 400 pessoas para o empreendedorismo.

Para isso, o projecto “Smart Rural, Smart HIESE” vai promover ateliers de criatividade e sessões de potenciação e estimulo às ideias de negócio. Para além de bons exemplos empresariais nos respectivos sectores, o programa conta com a experiência de empreendedores bem-sucedidos.

De acordo com o autarca de Penela, este programa é “um piloto demonstrador de que é possível, juntamente com os sistemas científico e tecnológico nacional e com as instituições que estão mais capacitadas para isso, alavancar o desenvolvimento e criar melhores condições às empresas” nos chamados territórios de baixa densidade.

No processo, a incubadora rural também lança um concurso de ideias de negócio e bolsas para quem tenha formação superior. O concurso arranca no próximo dia 21 de Abril e prevê um máximo de 8 finalistas, com prémios monetários para os três primeiros classificados. As bolsas podem ser atribuídas a “jovens” entre os 23 e os 40 anos, vão até um máximo de 6 meses (dependendo da evolução da ideia) e variam entre os 700 e 1200 euros, consoante o grau académico dos candidatos.

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