CDS-Lisboa quer auditoria a todas as ciclovias da cidade

Auditorias só são obrigatórias na rede transeuropeia de estradas. LNEC defendeu que se aplicasse aos municípios.

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Câmara quer chegar aos 150 quilómetros de ciclovias até 2018 Jornal Publico

O vereador do CDS da Câmara de Lisboa, João Gonçalves Pereira, apresenta, esta quarta-feira, uma moção ao executivo onde pede a auditoria a todas as ciclovias da cidade. Em causa estão os “erros conceptuais e o estado de conservação e segurança” destas vias reservadas para ciclistas.

O documento, a ser apresentado na reunião pública da câmara, insta que esta auditoria seja pedida, no prazo de 30 dias, ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Este organismo deve apontar as medidas que permitam corrigir os actuais erros e os resultados da auditoria devem ser tornados públicos.

Feito este estudo, o vereador do CDS pede que seja criado um plano para implementar as correcções apontadas pelo LNEC.

Na origem desta moção estão as declarações de João Cardoso, chefe de núcleo do núcleo de planeamento, tráfego e segurança do LNEC, sobre uma “uma série de problemas” que identifica nas ciclovias lisboetas e que , na sua opinião, têm consequências para a segurança rodoviária. O próprio sugeriu há duas semanas, num seminário da Prevenção Rodoviária Portuguesa e Conselho Europeu de Segurança nos Transportes, a realização de auditorias nestas vias, registou a agência Lusa.

Para o engenheiro, estas pistas para ciclistas, “do ponto de vista da segurança, têm deficiências que podiam e deviam ter sido colmatadas na fase de projecto”. Na sua opinião, “as pistas para ciclistas estão a ser visivelmente mal tratados do ponto de vista da infra-estrutura”, desde o planeamento das vias à concretização em projecto, “que deixa muito a desejar”, acrescentou.

Aliás, na sua opinião, estas avaliações deviam ser obrigatórias nos municípios. Segundo João Cardoso as auditorias de segurança rodoviária apenas são obrigatórias na rede transeuropeia de estradas. Ao nível municipal são feitas de forma esporádica.

Na base desta moção está também uma reportagem ao PÚBLICO - “Quando tem pressa, Ricardo nem pensa em usar as ciclovias” - sobre os problemas e melhorias encontrados pelos ciclistas em Lisboa. João Cardoso apontou três dos problemas comprovados na reportagem: a continuidade (há pistas interrompidas), a visibilidade (a capacidade dos ciclistas verem e serem vistos pelos automobilistas nem sempre é suficiente) e a coerência na sinalização (uma vez que existem sinais de trânsito diferentes para situações idênticas).

Na moção, sujeita esta quarta-feira a votação pelos membros do executivo, o vereador do CDS defende que é necessário que a câmara garanta “a segurança de peões, ciclistas e automobilistas”, algo que pode ser feito “através de auditorias e correcções”, quando necessárias, e ouvindo “as diversas associações representativas dos utilizadores”. Segundo João Gonçalves Pereira, a câmara “não pode alhear-se da construção de pontos de diálogo” com as associações representativas, “por forma a vencer distâncias e desconfianças” e ouvindo aqueles que são “beneficiários e vítimas das políticas municipais de mobilidade”. Com Lusa

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