Facebook imita Snapchat e permite fotos que desaparecem em 24 horas

Rede social continua a apostar na comunicação efémera. Depois de Instagram, Messenger e WhatsApp, funcionalidade chega à aplicação principal.

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Nova funcionalidade faz com que fotos e vídeos só possam ser vistos durante um dia Reuters/STEPHEN LAM

O Facebook parece empenhado em dar pouca margem à concorrência. A rede social lançou uma nova funcionalidade que permite aos utilizadores criarem “histórias” – grupos de fotografias e vídeos que desaparecem 24 horas depois de serem publicados.

Trata-se de uma funcionalidade criada e popularizada pelo rival Snapchat, e que já tinha sido adaptada pelo Facebook a várias das suas plataformas, começando no Instagram (que é propriedade daquela rede social), passando depois pelo Facebook Messenger (a aplicação autónoma do Facebook dedicada à troca de mensagens), e chegando também ao WhatsApp (outra ferramenta de comunicação, que o Facebook comprou em 2014).

A rede social decidiu agora completar a aposta na comunicação efémera e a nova funcionalidade passa a estar disponível nas aplicações principais para iOS, da Apple, e Android. “Queremos que seja rápido, divertido e fácil para as pessoas partilharem fotos e vídeos criativos, com quem quiserem, por quanto tempo quiserem – e quanto mais partilharmos uns com os outros, mais aberta e ligada será a nossa comunidade", afirmou a empresa, num comunicado publicado nesta terça-feira. As histórias têm uma duração limitada, mas os criadores podem optar por publicá-las na sua cronologia, tornando-as assim permanentes.

Para além disto, a aplicação passa também a permitir ter conversas com outros utilizadores de uma forma semelhante às interacções do Snapchat. Uma outra nova funcionalidade agora anunciada, chamada Direct, permite a partilha de fotografias e vídeos com contactos específicos. Os destinatários podem vê-los uma vez, e revê-los ou escrever uma resposta. Quando a conversa terminar, o vídeo ou a fotografia deixam de estar acessíveis.

Por fim, as fotografias tiradas a partir da aplicação do Facebook passarão a contar com uma série de novos filtros e com a possibilidade de acrescentar elementos visuais, incluindo personagens de filmes e de desenhos animados. É o tipo de efeitos que o Snapchat também ajudou a popularizar.

Numa era em que muitas pessoas registam as respectivas vidas online – um fenómeno pelo qual o Facebook é em larga medida responsável –, o Snapchat conquistou utilizadores por fazer com que as fotografias se apagassem depois de serem recebidas pelo destinatário. Este mês, a Snap – a empresa por trás da aplicação – entrou em bolsa, revelando que ainda dá prejuízo, mas que ronda os 161 milhões de utilizadores diários (o Facebook ronda os 1200 milhões), muitos dos quais interagem frequentemente com a plataforma: em média, usam o Snapchat 18 vezes por dia e seis em cada dez partilham fotografias diariamente.

A empresa de Mark Zuckerberg ainda tentou comprar o Snapchat em 2013, por três mil milhões de dólares. A oferta foi recusada. Com base na cotação actual em bolsa, o valor da Snap está em torno dos 27 mil milhões.

Quando os vídeos e fotografias estão a substituir o texto em algumas interacções (incluindo nas publicações feitas por órgãos de comunicação, que recorrem com frequência a vídeos curtos nas redes sociais), o Facebook indica que a partilha de imagens terá um papel cada vez mais importante: "O nosso objectivo é que a câmara se torne a funcionalidade para centenas de efeitos dinâmicos e divertidos, que podem dar-lhe novas formas de se conectar com amigos, família e a sua comunidade", explicou a empresa. A rival Snap, por seu lado, chama a si própria "uma empresa de câmaras".

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