Lucro da Mota-Engil mais do que duplica em 2016

O lucro da Mota-Engil mais do que duplicou em 2016, para 50 milhões de euros, face aos 19 milhões de euros de 2015, tendo beneficiado do impacto positivo da venda de activos, anunciou a construtora.

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Gonçalo Moura Martins é o líder da Mota-Engil, ao lado de António Mota fvl Fernando Veludo/NFACTOS

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil refere que o lucro foi “impactado positivamente por ganhos de capital ligados à venda de activos, que mais do que compensaram o aumento nos custos financeiros, afectados por uma política de provisionamento muito conservadora”.

A empresa não divulgou, contudo, nem o montante das mais-valias geradas pela venda de activos (na área da logística e a Indáqua) nem o valor das provisões feitas.

Em 2016, o volume de negócios da Mota-Engil recuou 9%, para 2.212 milhões de euros, penalizado pelo “impacto negativo do negócio da construção e engenharia na Europa e em África” e pelos efeitos cambiais “sobretudo na América Latina”.

No exercício passado, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) recuou também 9%, para 334 milhões de euros, e a margem EBITDA situou-se nos 15%, “reflectindo a forte rentabilidade quer na Europa, quer em África”.

No comunicado, a construtora destaca a “significativa redução da dívida”, que recuou 296 milhões de euros para 1.159 milhões de euros em 2016, e reporta uma carteira de encomendas de 4,4 mil milhões de euros, que diz “abrir caminho a um regresso ao crescimento em 2017”, nomeadamente em África.

Numa análise por geografias de actividade, o mercado europeu foi responsável por 839 milhões de euros de facturação (menos 16% do que em 2015), o negócio africano somou 709 milhões de euros (menos 15%) e a América Latina valeu 729 milhões de euros (mais 4%).

Descrevendo 2016 como “um ano muito desafiante em termos da actividade de construção e engenharia na Europa e em África, mas em que a rentabilidade geral se manteve forte”, a Mota-Engil refere “algumas perspectivas positivas na Europa a médio/longo prazo, sobretudo no negócio das infra-estruturas em Portugal”, e “perspectivas positivas a curto prazo em África, onde a actividade está a recuperar e existem vários projectos, e na América Latina, onde o ritmo de execução deve acelerar”.

Para 2017, a construtora antecipa um crescimento do negócio e uma estabilização da margem EBITDA, com um investimento de capital de 120 milhões de euros, incluindo a EGF.

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