Samsung vai recuperar alguns Note 7 para os voltar a pôr no mercado

O destino dos telemóveis que a empresa recolheu por se incendiarem estava a preocupar ambientalistas.

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O Note 7 terá uma segunda vida Kim Hong-Ji / Reuters

A Samsung está a tentar tirar o melhor partido dos telemóveis que se incendiavam e a apaziguar os ânimos dos ambientalistas que se mostravam preocupados com o destino dos aparelhos. A marca sul-coreana decidiu que vai recuperar alguns dos Galaxy Note 7 que foram devolvidos pelos compradores e voltar a vendê-los. Algumas peças também serão reaproveitadas.

O Note 7, um modelo topo de gama, foi lançado em Agosto do ano passado. De imediato começaram a surgir na Internet vídeos com o telemóvel queimado e a deitar fumo. Um mês e meio depois – e no meio de um pesadelo de relações públicas em que até as companhias aéreas proibiam o aparelho a bordo dos aviões – a Samsung reconhecia que o telemóvel tinha de ser recolhido e que os clientes seriam reembolsados. A causa do problema era um defeito nas baterias.

Agora, e em vésperas do anúncio de outro topo de gama – o modelo Galaxy S8 –, surge a notícia de que o Note 7, afinal, terá uma segunda vida. “Em primeiro lugar, os aparelhos devem ser considerados para uso como telemóveis recondicionados ou telemóveis de aluguer”, explica a empresa, que ainda não decidiu os mercados onde tenciona recolocar estes aparelhos, nem quando o pretende fazer.

As declarações fazem parte de um comunicado sobre o futuro dos milhões de telemóveis que foram recolhidos, numa operação cujo desfecho estava a levantar preocupações ambientais, nomeadamente da parte de organizações ecologistas como a Greenpeace. Para além de recuperar alguns dos aparelhos, a Samsung vai tirar dos restantes telemóveis componentes (bem como metais) que possam ser reutilizados.

A Greenpeace já se mostrou satisfeita com o plano apresentado. “Após cinco meses de iniciativas levadas a cabo por pessoas em todo o mundo, a Samsung tirou a cabeça da areia e comprometeu-se a reciclar os milhões de telemóveis Galaxy Note 7 que recolheu! Isto são óptimas notícias para as centenas de milhares de pessoas que agiram”, escreveu aquela organização.

O sector dos telemóveis é um dos que está frequentemente na mira de activistas ambientais e dos direitos humanos. Por um lado, a frequência com que os utilizadores trocam de aparelho gera uma grande quantidade de lixo electrónico, parte da qual tem potencial para contaminar o solo e cursos de água. Por outro, os telemóveis são feitos com metais, como o cobalto, cuja extracção é feita em minas africanas que frequentemente recorrem a trabalho infantil e mal pago.

A produção de telemóveis também implica gastos conisderáveis de energia, como já argumentou a Greenpeace, que tem apelado a que estes aparelhos sejam concebidos para durar mais tempo.

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