Susana Díaz é oficialmente candidata à liderança do PSOE

Em Espanha, a líder dos socialistas da Andaluzia, último grande reduto do PSOE, defendeu a visão de um partido “autónomo”, apesar de ser vista como sendo mais favorável a acordos com Rajoy.

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Susana Díaz anunciou a sua candidatura à liderança do PSOE num comício que contou com a presença dos ex-chefes de governo socialistas Felipe González e José Luis Rodríguez Zapatero LUSA/CHEMA MOYA

Susana Díaz, a "baronesa" dos socialistas da Andaluzia, anunciou oficialmente a sua candidatura à liderança do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), neste domingo, num comício perante milhares de apoiantes em Madrid.

"Espanha precisa de nós. Quero que este partido volte a vencer”, afirmou a presidente da Junta (Governo Regional) da Andaluzia perante os seus apoiantes, entre os quais se contavam os ex-chefes de governo socialistas Felipe González e José Luis Rodríguez Zapatero.

Os socialistas estão sem líder desde Outubro do ano passado, quando Pedro Sánchez abandonou o cargo depois de perder o apoio da maioria dos membros da direcção do PSOE ao recusar apoiar uma solução que abrisse caminho a um governo conduzido por Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP, conservador).

A líder dos socialistas da Andaluzia, último grande reduto político do partido no país, defendeu a sua visão de um partido socialista “autónomo”.

“O PSOE continuará a ter, como sempre, um projecto autónomo. Uma coisa é criar alianças com outro partido, outra coisa é submetermo-nos aos outros ou imitá-los”, afirmou Susana Díaz perante a multidão estimada pela organização em mais de sete mil pessoas, que enchia o recinto do Centro de Congressos da Feira Internacional de Madrid (IFEMA), de acordo com o El País.

O PSOE sofreu um revés nas eleições espanholas de Junho do ano passado, mas conseguiu eleger lugares suficientes no Parlamento para dificultar a vida do governo minoritário do conservador Mariano Rajoy, e poderá ter um papel chave para aprovar ou bloquear reformas.

O resultado das eleições internas dos socialistas, que acontecem em Maio, pode ser determinante para o futuro do governo de Rajoy, que tenta conquistar o apoio da oposição para a aprovação de diplomas importantes, com o próprio orçamento para 2017.

Díaz é vista como sendo mais favorável a acordos com o Governo, refere a agência Reuters, ao contrário de Pedro Sánchez, situado mais à esquerda do espectro político, que tentou bloquear o regresso de Rajoy ao poder no ano passado, tentando firmar uma aliança com o Podemos e com nacionalistas catalães.

O jornal El Mundo refere que, à chegada ao comício de Susana Díaz, o ex-presidente do Governo espanhol Felipe González sublinhou que a tarefa de todos os candidatos à liderança do PSOE "será a de unir o partido".

José Luis Rodríguez Zapatero, por seu lado, afirmou que com Susana Díaz é possível que o PSOE "possa ganhar a Rajoy e ao PP".

"Já o fez na Andaluzia e estou convencido de que também o vai fazer em Espanha", sublinhou.

Nas eleições internas do PSOE, Susana Díaz irá confrontar Pedro Sánchez, que anunciou a sua recandidatura no final de Janeiro, e o ex-presidente do País Basco, Patxi López.

 

 

 

 

 

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