Eva Dream

Puxa pela qualidade e pela cultura da qualidade. É usar o belo como motor de crescimento, fonte de ânimo e espírito positivo.

Neste ano, a Primavera começa a 20 de Março. Exactamente às 10:29 é o minuto certo do equinócio da Primavera. Amanhã, com impecável pontualidade solar, esse é o momento simbólico em que devemos focar-nos nesta ideia fabulosa do Tó Romano e concentrarmo-nos em sermos cada vez mais para a pôr de pé em todo o lado: florir Portugal.

Há ideias geniais. Dizendo melhor, há pessoas que têm, de repente, uma ideia genial. Foi o caso do Tó Romano e desta ideia. Ele tornou-se conhecido como modelo profissional, onde foi pioneiro entre nós. E, há pouco mais de 20 anos, fundou uma das principais agências do mercado, que dirige. Talvez por isso, talvez por toda a sua vida ter girado à volta da beleza, da estética, da boa apresentação, da presença, da atractividade – ou por outra motivação desta família de sensibilidade – o António Romano foi assaltado, há anos, por uma simples ideia. Essa ideia deu vida a um sonho; e esse sonho deu corpo a um projecto, de que se tornou apóstolo incansável e constante. Está no Facebook e noutros meios.

A ideia é poderosa; e o sonho tem enorme poder de alavancagem: social, económica, cultural – até espiritual, diria. Uma ideia e um sonho que representam também, na dedicação que lhes dedica, o amor que ele tem pelo seu país, que é o nosso. Conquistou-me para o projecto no exacto minuto em que dele me falou, há cerca de um ano; e, entretanto, já fizemos algumas coisas juntos.

Ora vejam como é fabulosa esta ideia, como é mesmo fantástica. Imaginem só que, no nosso prédio, nós e os nossos vizinhos acordámos todos em ter flores nas janelas e varandas. E imaginem que isso não acontece só no nosso prédio, mas em todos os prédios da rua. Imaginem, ainda, que acontece em todas as ruas do nosso bairro, em prédios ou moradias. Que acontece em todas as ruas, e avenidas, e alamedas, e becos, e travessas, de todos os bairros da nossa cidade. Que acontece em todas as vilas e aldeias do nosso município. E em todos os municípios de Portugal por todo o Portugal inteiro, nas casas e ruas e nos jardins. Imaginem que, assim de repente, conseguimos matar o triste, o sujo, o feio, apenas pela força natural de gerberas, rosas e margaridas, de cravos, malmequeres e estrelícias, de crisântemos, gazânias e amores-perfeitos, de jacarandás, hibiscos e gladíolos, de dálias, orquídeas e violetas. E imaginem que, assim de repente, pomos o país todo a sorrir, apenas uns pelos outros. Porque cuidámos de umas flores. Tão simples quanto isto. Tão poderoso quanto isto.

Que bonito é o nosso prédio! Que bela está a nossa rua! Que bom é viver no nosso bairro! Que orgulho na nossa cidade! Que linda a nossa aldeia! Que espanto a nossa terra! Que magnífico o nosso país!

Vários municípios já sinalizaram ao Tó Romano o apoio ao projecto “Florir Portugal” e vão dando passos para o cumprir e implementar. Mas é preciso sermos todos. Enquanto faltar um só de nós, não atingimos a meta. Florir Portugal é florir Portugal inteiro.

Nunca perguntei ao Tó Romano por que escolheu o nome “Eva Dream”. Porquê o “Sonho de Eva”? Porque, creio, não é o sonho de Eva, mas a sonoridade do inglês “have a dream” da mesma frase fortíssima de Martin Luther King no célebre discurso “I have a dream”. E, na verdade, noutro campo que não o dos direitos cívicos e salvaguardadas as devidas distâncias e proporções, a ideia do Tó Romano é também apta a ecoar e com evidente motor multiplicador.

Terá forte impacto na economia agrícola, pela floricultura e o comércio de plantas. Terá certamente um efeito enorme no crescimento do turismo, ao tornar as nossas vilas, aldeias e cidades muito mais atraentes – quantos nos visitarão? Melhora a qualidade do ambiente e o bem-estar de todos nós. Induz comportamentos individuais e sociais correctos: quem suja uma rua florida? Puxa pela responsabilidade ambiental dos municípios, das freguesias e dos cidadãos. Anima concorrência positiva entre os bairros ou entre as ruas – qual é melhor? Anima concursos e fomenta criação cultural. Puxa pela qualidade e pela cultura da qualidade. É usar o belo como motor de crescimento, fonte de ânimo e espírito positivo. No espaço da sua medida, pode ser uma revolução cultural. Potente e duradoura.

Era bom que, a partir desta Primavera, todos ouvíssemos a chamada do Tó Romano e seguíssemos o apelo do seu sonho: Florir Portugal. Os municípios e as freguesias devem ser os canteiros deste projecto extraordinário. Ninguém pode faltar.

 

 

 

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