Operadora de Isabel dos Santos corta canais da SIC em Angola e Moçambique

A operadora de TV por satélite adianta apenas que a SIC Notícias e a SIC Internacional "já não fazem parte do pacote distribuído pela Zap devido a uma mudança da grelha de difusão dos programas", mantendo outros canais da estação de Carnaxide.

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Nos últimos meses, a SIC transmitiu reportagens críticas sobre a situação de Angola e as elites políticas do país Rui Gaudencio

A operadora de televisão por satélite angolana Zap, da empresária Isabel dos Santos, interrompeu a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, decisão à qual a SIC "é alheia".

De acordo com a agência noticiosa AFP, a difusão dos dois canais portugueses foi suspensa esta terça-feira, depois de recentemente terem divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da estação de Carnaxide disse que "a SIC é alheia à decisão da retirada da SIC Internacional e SIC Notícias da plataforma de distribuição Zap em Angola e Moçambique".

"Esta distribuidora continuará a exibir os canais SIC Radical, SIC Mulher, SIC K e SIC Caras em exclusivo para os mercados angolano e moçambicano", adiantou a mesma fonte, acrescentando que "os dois canais [SIC Internacional e SIC Notícias] podem continuar a ser vistos na DStv em Angola e Moçambique e na StarTimes em Moçambique".

Contactada pela AFP, António Miguel, representante da Zap, adiantou que os dois canais — SIC Notícias e SIC Internacional — "já não fazem parte do pacote distribuído pela Zap devido a uma mudança da grelha de difusão dos programas".

O responsável não adiantou mais explicações para esta decisão.

O semanário angolano Novo Jornal, que noticiou esta manhã a suspensão dos canais de notícias da SIC da grelha da Zap, relaciona o ocorrido com a transmissão, nos últimos meses, de reportagens críticas sobre a situação de Angola.

No final de Fevereiro, a SIC transmitiu a grande reportagem Assalto ao Castelo, que revelava no seu terceiro episódio que “angolanos politicamente expostos” ao poder de José Eduardo dos Santos investiram no GES através do Dubai.

Em Novembro do ano passado, a SIC transmitiu a grande reportagem Angola, um país rico com 20 milhões de pobres, onde mostrava as contradições sociais do país, que se manteve “líder nos índices de mortalidade infantil” e “onde as manifestações são reprimidas e os activistas presos”.

A operadora Nos detém 30% da Zap, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos. A Zap iniciou a sua actividade no mercado angolano em abril de 2010 e é actualmente a maior operadora de TV por satélite em Angola.

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