Afrofuturismo: elas são "divas" da mutilação genital feminina

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Este não é um projecto de fotografia documental, mas sim um novo acrescento à colecção de trabalhos de ficção do fotógrafo queniano Osborne Macharia, identificados como "Afrofuturism". "Magadi" é a história de um grupo de mulheres que se dedicava à prática da circuncisão feminina e que adoptou a moda étnica como nova área de acção profissional — e em paralelo a da intervenção social. Na história de Macharia, estas "divas" abrem um abrigo para mulheres que escapam a casamentos precoces e transformam o espaço numa escola de design de moda. "Tenho por hábito procurar temas pouco falados e que dificilmente seriam documentados", disse Osborne ao P3. "O meu objectivo é criar um corpo de trabalho que se transforme numa plataforma para a abordagem de temas sociais. O 'afrofuturismo' é uma proposta de reexame do passado, do presente e futuro africanos através da incorporação de elementos ficcionais relacionados com a cultura e identidade. Há muitas histórias por contar no Quénia e em todo o continente africano. Temos histórias profundas que são substituidas, de forma recorrente nos meios de comunicação social, por pobreza, doença, fome e guerra. Eu quero transmitir uma mensagem positiva de forma cativante", para que se altere a forma como África é percepcionada. As mulheres idosas que Macharia fotografou foram escolhidas através de um "casting" e são provenientes de uma área desfavorecida de Nairobi.