Acusação a Sócrates poderá atrasar um mês

Testemunhas e arguidos deverão ser confrontados com novos documentos esta semana, o que deverá atrasar o processo.

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José Sócrates é ouvido esta segunda-feira Nuno Ferreira Santos

O prazo para o Ministério Público apresentar a acusação contra José Sócrates termina na próxima sexta-feira, 17 de Março, mas o despacho de acusação poderá estar só fechado daqui a um mês, escreve o jornal i, nesta segunda-feira.

De acordo com o jornal, os investigadores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) vão precisar de mais tempo depois de interrogarem novamente as testemunhas e arguidos do processo, com os novos dados que poderão trazer novos desenvolvimentos.

Em causa estarão documentos que foram apreendidos em Julho de 2016 durante buscas à Portugal Telecom (PT) e a alguns dos seus administradores.

José Sócrates é novamente ouvido esta segunda-feira e será confrontado com supostas provas que revelam a origem de luvas de 96 milhões de euros com origem na PT e de que o ex-primeiro-ministro terá sido um dos beneficiários, acredita o Ministério Público. Sócrates está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. De acordo com o Expresso, os procuradores do Ministério Público responsáveis pela Operação Marquês irão acusar Sócrates de corrupção.

Além de Sócrates, também Joaquim Barroca, fundador do Grupo Lena, e Ricardo Salgado deverão ser ouvidos neste novo round de interrogatórios. Após a realização de todas as audições, os procuradores precisarão de mais um mês para ultimar a acusação, escreve o i.

A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, tinha reafirmado no início deste mês que o prazo para concluir a investigação da Operação Marquês se mantinha, admitindo, no entanto, que pudesse haver alguma alteração. "Logo que haja qualquer alteração do que está decidido até agora, os senhores jornalistas serão imediatamente informados, todos por igual, por comunicado a emitir pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Para já nada há a acrescentar àquilo que já sabem", afirmou.

Contactada pelo PÚBLICO sobre a extensão do prazo para a conclusão da investigação, fonte da PGR repetiu esta segunda-feira as afirmações da procuradora-geral. "De momento, nada a acrescentar à informação já prestada", vincou a PGR.

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