Arquitectura

Uma universidade na Argélia com assinatura Niemeyer

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O legado de Oscar Niemeyer, arquitecto brasileiro que este ano (a 15 de Dezembro) completaria 110 anos, concentra-se no seu país natal. Mas são vários os vestígios modernistas por ele deixados nos quatro cantos do mundo. O período de ditadura militar do Brasil — e o comunismo de Niemeyer — fizeram com que o arquitecto se mudasse (1966) para a Avenida dos Champs-Élysées, em Paris, onde abriu escritório, recebendo comissões de diversos países, entre os quais a Argélia. "Gostei muito da Argélia, da metamorfose ocorrida, da liberdade conquistada. Senti isso na euforia e no sorriso de seu povo, até recentemente oprimido e humilhado. O prazer da vitória sente-se em toda parte. Nos cafés movimentados, nas ruas e nas praças da cidade", escreveu mais tarde Niemeyer, que entre 1969 e 1975 trabalhou a convite do presidente da Argélia Houari Boumedienne, que queria transmitir uma imagem de um país moderno e progressista. Niemeyer desenhou vários edifícios (a Universidade de Ciência e Tecnologia Houari-Boumediene, em Bab-Ezzouar, a cerca de 15 quilómetros de Argel, e o pavilhão La Coupole, na capital argelina), mas muitos não passaram de esboços em toalhas de papel. Um deles está firme em Constantine, cidade com cerca de 500 mil habitantes (a terceira maior da Argélia). Do alto da reitoria da Universidade de Mentouri (numa foto no rés-do-chão é possível ver Niemeyer a colocar a primeira pedra do edifício) é visível o auditório em forma de ave apoiada em quatro pontos, os lagos (quase sempre secos) e os gomos de uma biblioteca solarenga que completa a circulação entre faculdades.