Restaurante de Washington processa Trump por concorrência desleal

O Cork Wine Bar alega que o Trump International Hotel, situado a pouco menos de um quilómetro da Casa Branca, ganhou uma vantagem desleal em relação aos competidores locais desde que Donald Trump se tornou Presidente.

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O hotel de Trump na capital americana conheceu um grande aumento de procura desde as eleições presidenciais Reuters/Kevin Lamarque

Um restaurante em Washington deu entrada com um processo contra Donald Trump e o seu International Hotel na capital americana, alegando concorrência desleal, dá conta o Huffington Post. Os queixosos alegam que a promoção do restaurante da unidade hoteleira, cujo dono ocupa actualmente a posição de Presidente dos EUA, lhe confere uma vantagem desleal face à concorrência.

Os donos do Cork Wine Bar pedem a um tribunal de Washington que seja publicada uma declaração confirmando que o hotel está a competir de forma injusta com os concorrentes locais. A acontecer, os queixosos pedem que o tribunal exija à Trump Organization que resolva a questão, envolvendo, por exemplo, uma alienação da propriedade e do arrendamento. Os proprietários do estabelecimento, Diane Gross e Khalid Pitts, garantiram ao Huffington Post que não procuram qualquer compensação monetária.

Este é mais um episódio que aumenta as crescentes dúvidas sobre os conflitos de interesse entre a posição de Presidente dos EUA com negócios detidos por Trump. Desde que foi eleito, em Novembro do ano passado, o actual inquilino da Casa Branca garantiu que iria transferir a gestão de todos os seus negócios para os filhos. No entanto, o Presidente é ainda dono de todos eles, beneficiando financeiramente do sucesso dos negócios. O mesmo é aplicado ao Trump International Hotel em Washington, que se situa a poucos menos de um quilómetro da Casa Branca.

Desde as eleições e a posterior tomada de posse do novo Presidente norte-americano, a unidade tem conhecido um grande aumento da procura. Algumas das embaixadas estrangeiras transferiram, por exemplo, os seus eventos anuais de outros locais para o hotel; uma semana depois das eleições o hotel recebeu cerca de 100 diplomatas num evento onde também receberam alguns “brindes”, como estadias em outras propriedades de Trump por todo o mundo; vários membros da Administração vivem na unidade; o secretário para a imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, apelou ainda publicamente, um dia antes de iniciar as suas funções actuais, para que as pessoas passassem pelo hotel se ainda não o tinham feito; e o próprio Presidente escolheu o seu hotel para um jantar em Fevereiro deste ano, na primeira refeição que efectuou num restaurante da capital norte-americana como Presidente, uma situação que foi noticiada na imprensa americana. Estas são algumas das situações, listadas pelo Huffington Post, que motivaram o processo judicial.

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