Grupo de pessoas com disforia de género denuncia "más práticas" no SNS

Grupo de cerca 90 pessoas escreveu uma carta à comissão parlamentar de Saúde denunciando as "dificuldades" e "más práticas" da Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual em Coimbra.

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Rui Gaudencio/Arquivo

Um grupo de cerca de 90 pessoas escreveu uma carta à comissão parlamentar de Saúde denunciando as "dificuldades" e "más práticas" da Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual (URGUS), do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pedindo soluções urgentes.

"Esta carta fala sobretudo das dificuldades que encontramos na URGUS, nas más práticas que temos presenciado, através do testemunho de pessoas que lá foram operadas", explicou à Lusa um dos signatários.

De acordo com Miguel Lopes (nome fictício), 27 anos, esta carta é também um "pedido urgente" para que seja feito um protocolo entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o Hospital de Jesus, em Lisboa, onde trabalha actualmente o médico-cirurgião João Décio Ferreira, que descrevem como "medalhado" e com "reconhecido mérito no estrangeiro", graças às suas "técnicas inovadoras". "E, em quem, quase todos nós, depositamos a nossa maior confiança", garantiu Miguel Lopes.

A carta foi endereçada à comissão parlamentar de Saúde porque é aí que têm decorrido uma série de audições sobre o apoio a pessoas com transtorno de identidade de género, nomeadamente no que diz respeito às cirurgias de mudança de sexo.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, é possível ler que há uma "comunidade de pessoas com disforia de género", quando a identidade de género de uma pessoa não corresponde com as suas características sexuais, defendem que seja assegurada a possibilidade de realização das cirurgias de reatribuição sexual, questão onde dizem existir "a mais grave lacuna". 

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