Marcelo: um ano em que esteve todos, todos os dias nas notícias

As 1060 horas de emissão televisiva dedicadas a Marcelo equivalem a 44 dias a ver o Presidente nos ecrãs.

Marcelo tira selfies com alunos na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto
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Marcelo tira selfies com alunos na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto LUSA/JOSÉ COELHO
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A presença do Presidente na televisão foi constante Rui Gaudêncio

A 9 de Março do ano passado, no dia em tomou posse como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa admitia que aquele primeiro dia tinha sido como um sonho e que, nos restantes, ia ver se era “possível”. E pelo menos isto foi possível: não houve um único dia em que o “Presidente dos afectos” não estivesse nas notícias. 

A conclusão é da Cision, empresa que se dedica à monitorização e análise dos media. Embora não sendo propriamente surpreendente – já se percebeu como Marcelo fala com todos, dança em viagens e dá abraços, o que motiva todas e mais algumas reportagens – a conclusão pode ganhar outros contornos quando vista em perspectiva. Ou seja, em comparação com o antecessor, Cavaco Silva, que fez um mandato bem diferente. Segundo os autores do relatório da Cision, a “diferença em relação a Cavaco é avassaladora”.

Cavaco que, no dia da tomada de posse de Marcelo, disse ser “o fim de um ciclo” e que ia “descansar”, teve direito “a pouco mais de 580 horas de emissão na televisão – cerca de metade de Marcelo – e 138 horas na rádio”. Na imprensa e nos meios online, “a margem que separa os dois é menor, já que o nome do anterior chefe de Estado foi citado em 14.499 notícias publicadas em jornais e revistas e 47.655 artigos na internet”. A Cision recolheu os dados relativos ao primeiro ano do segundo mandato (iniciado a 9 de Março de 2011) de Cavaco.

Os números da Cision ilustram a presença constante de Marcelo nos órgãos de comunicação social: ao longo deste ano, as televisões dedicaram-lhe cerca de mil horas de emissão; e foram editadas 118.247 notícias com referências a Marcelo.

Na televisão, houve 1060 horas de emissão em que Marcelo apareceu. Isto equivale, explicam os autores e só para se ter uma ideia, a vermos Marcelo durante cerca de 44 dias (consecutivos) nos ecrãs. Os dados apresentados pela Cision mostram, aliás, que, neste período de um ano, o Presidente só não surgiu nas nossas televisões em sete dias.

“Na rádio, os números são mais modestos, mas não deixam de ser impressionantes, com as emissoras a dedicarem mais de 208 horas de programação” ao professor de Direito. Neste meio, a voz do chefe de Estado não se fez ouvir em 37 dias.

Quanto à imprensa, Marcelo Rebelo de Sousa foi “mencionado num total de 18.342 artigos e não houve um só dia ao longo deste ano em que não tenho estado presente nas páginas dos jornais e revistas portuguesas”, lê-se no comunicado enviado por aquela empresa.

E falta a presença de Marcelo na internet: “Só em Portugal, foram publicadas 52.280 peças informativas em que o seu nome foi mencionado. E não foi só por cá que Marcelo deu que falar. No estrangeiro, nos sites noticiosos internacionais monitorizados pela Cision, foram detectados quase 20 mil artigos (19.733) com referências ao chefe de Estado”.

O que a Cision fez foi analisar as notícias que mencionavam Marcelo Rebelo de Sousa, “veiculadas no espaço editorial português e internacional”, num período compreendido entre 9 de Março de 2016 e 6 Março de 2017. 

Este é apenas mais um levantamento com uma conclusão a apontar no mesmo sentido. Dados recolhidos pela GfK/Marktest/MediaMonitor já tinham mostrado que Marcelo foi o político que mais tempo esteve no ar, com voz própria, nos oito noticiários principais dos canais RTP1, RTP2, SIC e TVI em 2016. Foi o protagonista, de viva voz, em 2093 notícias que ocuparam um total de 90 horas de emissão. Um valor superior ao do primeiro-ministro e, mais uma vez, ao de Cavaco.

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