Furto de armas da PSP devido a "falhas na supervisão"

Constança Urbano de Sousa afirmou ao Parlamento que o inquérito ao desaparecimento de 57 armas de um armazém da PSP foi prorrogado por mais 15 dias, devendo estar concluído no final do mês de Março.

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LUSA/TIAGO PETINGA

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, afirmou nesta terça-feira que as conclusões preliminares do inquérito da PSP ao desaparecimento de 57 armas Glock apontam para "falhas na área da supervisão e controlo".

"Este inquérito está em curso e ainda não tem conclusões, mas de acordo com as conclusões preliminares, que eu conheço, apontam para erros ou falhas de supervisão e controlo", disse a ministra aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, numa audição a pedido do PSD.

Constança Urbano de Sousa adiantou que, após ter sido detectado o desaparecimento de 57 armas de um armazém da Direcção Nacional da PSP, em Lisboa, foi instaurado um inquérito, que inicialmente tinha um prazo de 30 dias, mas foi prorrogado por mais 15 devido à necessidade de mais diligências, devendo estar concluído no final do mês de Março.

"Se essas falhas de supervisão e controlo se verificarem, necessariamente haverá consequências de vários tipos, entre as quais disciplinares", afirmou, indicando que este inquérito instaurado pela PSP visa "apurar irregularidades em todo este sistema que tenham motivado o desaparecimento das armas, verificar a conformidade de todos os registos e a distribuição de armas e apurar responsabilidades".

O desaparecimento de um lote de armas Glock de nove milímetros que estavam numa arrecadação da Direcção Nacional da PSP está a ser investigado pelo Ministério Público, através do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, conforme foi anunciado em meados de Fevereiro.

A polícia só notou que as armas tinham desaparecido quando uma Glock da PSP foi apreendida no Porto, a 25 de Janeiro, procedendo então a um inventário que identificou o lote em falta.

Criminalidade em baixa

Durante a mesma sessão da comissão parlamentar, a ministra anunciou que a criminalidade violenta e grave, na área da PSP e da GNR, desceu 11% em 2016 em relação ao ano anterior e a criminalidade geral baixou 7%, segundo dados provisórios do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2016.

Os crimes que mais desceram em 2016 foram os roubos por esticão (menos 21%), a pessoas na via pública (menos 7,6%), a residências (menos 9,6%) e a viaturas (menos 5,8%). Já a violência doméstica registou uma subida de 1,7%, disse a ministra.

O RASI de 2016 tem que ser entregue na Assembleia da República até 31 de Março.

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