Ai, cucarachas

Há coisas que nem vale a pena investigar. Em 2012 a ABC News entrevistou um conhecido médico alergologista-imunologista chamado Morton Teich que disse que quem pensa que é alérgico ao chocolate pode estar enganado. É possível que seja, na verdade, alérgico aos cadáveres de baratas que estão dentro do chocolate. Desde então não consigo provar chocolate (ou manteiga de amendoim) sem detectar o sabor acre de uma coxa peluda de cucaracha.

Teich esclarecia que não há alimento que não esteja dalguma forma contaminado por insectos mortos, por pêlos de ratazanas ou pelas sempre populares azeitoninhas de fezes de mamíferos.

Teich queria tranquilizar os consumidores quando adiantou que a Food and Drug Administration (FDA) rejeita qualquer chocolate que tenha 60 ou mais pedaços de insecto por 100 gramas.

Nas 30 páginas do Defect Levels Handbook, disponível online, aprende-se também que 25 gramas de colorau não podem legalmente conter mais de 11 pilosidades de roedores ou 75 fragmentos de insectos. Onze e 75: leu bem.

A FDA avisa logo que estas quantidades de porcaria, por muito generosas que possam parecer, não constituem qualquer perigo para os seres humanos. Mas 55 autorizadíssimos pedaços de cucarachas numa tablette de 100 gramas bem poderiam obrigar os produtores a revelar que o fino chocolate contém 55 por cento de Blatella germanica e é logo, por assim dizer, naturalmente estaladiço.

Há algum chocolate que contenha 100 por cento de cacau e zero por cento de insectos? Não, não há. Já procurei...

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