Assunção Cristas preocupada com falta de visibilidade de campanha em Lisboa

Coligação com PSD em Sintra faz cair comissão política da concelhia do CDS

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Conselho Nacional do CDS reúne-se este sábado Nuno Ferreira Santos

A líder do CDS-PP está preocupada com a falta de visibilidade da sua campanha como candidata a Lisboa. Assunção Cristas tem desabafado com os seus colaboradores mais próximos sobre a falta de comparência de jornalistas nas iniciativas que tem feito na capital, apurou o PÚBLICO.

Cristas, que se apresentou como candidata em Setembro do ano passado, tem visitado escolas e bairros sociais em Lisboa, tentando ganhar vantagem sobretudo ao PSD (que ainda não tem candidato) mas também aos partidos da esquerda, PCP e BE, que só recentemente divulgaram os seus cabeças de lista (João Ferreira e Ricardo Robles, respectivamente). Mas a cobertura mediática está a preocupar a direcção do CDS por considerar que a mensagem da candidata pode não estar a passar para o grande público. Na oposição interna, os mais críticos apontam que o partido está a girar em torno da imagem da líder e da campanha em Lisboa. E avisam, por isso, que a fasquia quanto a resultados é alta.  

As eleições autárquicas do próximo Outono não deverão passar ao lado do Conselho Nacional deste sábado, no Algarve, em que deverão ser aprovadas algumas candidaturas. Uma das que criou mais polémica interna  – mas que ainda não deverá ser homologada este sábado – foi a coligação com o PSD em Sintra para apoiar o independente Marco Almeida.  A decisão da distrital do CDS  – e apoiada pela presidente do partido – levou à demissão do presidente da concelhia, Silvino Malho Rodrigues, e da maioria dos membros daquela comissão concelhia. Segundo Silvino Malho Rodrigues, a esmagadora maioria dos militantes da concelhia votou, em plenário, contra a proposta de coligação com o PSD e o apoio a Marco Almeida. Mas a aliança foi mesmo para a frente por vontade do líder da distrital, João Gonçalves Pereira, que informou ser essa também a opinião de Assunção Cristas. O presidente da concelhia de Sintra defende que eleições autárquicas devem envolver as estruturas locais e demitiu-se: “Isto não é democracia”.

Contactado pelo PÚBLICO, o líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira afirma que Sintra “é um processo pacífico” e que “tem sentido a solidariedade dos militantes” e que conta com todos “para tirar a câmara ao PS”. Esta quinta-feira, o PSD organizou um jantar autárquico em Sintra, mas só com sociais-democratas. O CDS ficou de fora porque tinha uma reunião com militantes locais para tentar ultrapassar esta questão e também porque a coligação ainda não foi aprovada formalmente pelos órgãos nacionais. 

O Conselho Nacional desta tarde também não deverá ficar alheio ao caso Núncio que, como o PÚBLICO deu conta ontem, agitou a oposição interna. Para os mais críticos, a actuação do partido em todo o caso soube a pouco. “O CDS mas também o PSD deviam ter uma posição mais clara e não de dar apenas palmadinhas nas costas. A esquerda está com grande eficácia a usar uma campanha de desinformação e a direita deixou que a Caixa Geral de Depósitos saísse da agenda mediática”, afirmou o ex-deputado Raul Almeida, que integra a lista alternativa do Conselho Nacional à da direcção de Cristas.

 

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