China proíbe viagens para a Coreia do Sul

Pequim não quer que Seul instale um sistema de defesa anti-mísseis que detecta as suas movimentações militares.

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No ano passado, oito milhões de chineses visitaram Seul, a capital sul-coreana Reuters

O Governo chinês deu ordem para se deixar de vender viagens para a Coreia do Sul, no que é considerado uma retaliação à decisão de Seul de instalar o sistema de defesa anti-mísseis americano THAAD.

Segundo fontes citadas pela agência sul-coreana Yonhap, a administração do turismo chinesa convocou as agências de viagens para uma reunião em que foi transmitida a ordem de suspender as vendas de pacotes para a Coreia do Sul. Às agências foi ainda ordenado que impeçam as vendas online e que cancelem as viagens já vendidas – a partir de 15 de Março, não haverá mais viagens.

A China tinha criticado Seul pela decisão de instalar o THAAD no seu território, argumentando que constitui uma ameaça à segurança regional e por ser capaz de detectar (espiar) as movimentações militares chinesas. Seul e Washington decidiram a instalação do sistema anti-mísseis em Julho do ano passado e previram que estivesse operacional até Agosto deste ano.

A empresa sul-coreana Lotte, que cedeu um campo de golfe de que era proprietária para a instalação do sistema, tem sido criticada na China e na Coreia do Sul, com o seu site a sofrer bloqueios e ataques que têm sido atribuídos à China.

Ao Financial Times, um estratega sul-coreano disse que a decisão chinesa é apenas uma entre as várias que Pequim pode tomar para prejudicar os negócios sul-coreanos. "Há mais opções, uma vez que todas as empresa sul-coreanas, incluindo a Hyundai Motor e a AmorePacific, dependem fortemente das vendas na China".

O turismo chinês na Coreia do Sul estava em expansão. No ano passado, oito milhões de chineses visitaram Seul – uma subida de 36% em relação ao ano anterior.

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