Pais de Lisboa pedem "calma" ao ministro da Educação

Em causa as alterações curriculares que têm vindo a ser apontadas pelo ministério. Anúncio formal será feito "logo que haja uma proposta concreta", informa o ME.

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O Ministério da Educação nega que esteja a ser preparada uma reforma curricular Nuno Ferreira Santos

A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap) recomendou nesta quinta-feira ao ministro da Educação que tenha “calma” nas alterações ao currículo que têm vindo a ser anunciadas a uma velocidade “assustadora”, que não permite “uma reflexão sobre o assunto, nem a tomada de posição ou participação com contributos que poderiam ser uma mais-valia”, afirma-se numa nota enviada à comunicação social a propósito do perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, que se encontra em consulta pública até ao próximo dia 13.

“O documento está cheio de boas intenções e deixa-nos, enquanto pais e encarregados de educação, cheios de esperança num futuro mais risonho para a escola dos nossos filhos. No entanto, da leitura do mesmo, surgiu-nos uma questão principal e muito importante: como vai ser conseguida a aplicação dos objectivos apresentados?”, questiona a Ferlap, que também aqui aconselha calma a Tiago Brandão Rodrigues, de modo a garantir que “haja uma verdadeira discussão sobre o perfil e o currículo do aluno durante o ensino obrigatório”.

Segundo o Ministério da Educação (ME), este documento é uma das peças do puzzle que está agora a ser montado e que inclui alterações ao currículo, que passam pela selecção do que é “essencial” e pela possibilidade de as escolas decidirem uma parte da oferta proposta aos alunos. Em resposta ao PÚBLICO a propósito das alterações que têm vindo a ser apontadas pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, o ME indicou que se trata de promover “instrumentos de flexibilização curricular, que não se confundem com uma reforma curricular”.

Que instrumentos são estes? “Serão anunciados logo que haja uma proposta concreta”, acrescentou o ME.  João Costa já indicou que as alterações poderiam começar a ser aplicadas no próximo ano lectivo nos anos iniciais de ciclo, mas na semana passada no parlamento admitiu que a sua aplicação poderá ser retardada.

Para a Ferlap, também nesta aplicação é necessária “calma” de modo a que “as alterações conduzam a melhoria significativa do sistema educativo em Portugal e não apenas a mais uma reforma que ninguém entendeu para que serviu”.

 

 

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