Professores precários contra igualdade para colegas do privado no acesso ao Estado

Profissionais consideram que os professores que estão há vários anos no privado podem assim ultrapassar docentes há anos no público.

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Reacção surge depois de luz verde para a vinculação de mais de três mil docentes Rui Gaudêncio

Os professores contratados consideraram inaceitável que os docentes do ensino privado fiquem em pé de igualdade com os do sector público quando se trata de concursos e vinculação ao Estado.

"Segundo informações dadas pelo Ministério de Educação, o concurso externo de professores a acontecer ainda durante este ano, colocará os professores provenientes dos colégios do ensino particular e cooperativo, com contratos de associação, em pé de igualdade com os professores contratados há inúmeros anos em escolas do Ministério de Educação", afirma em comunicado o Movimento - Professores Precários, esta quarta-feira.

Para o movimento, que afirma representar milhares de docentes, professores que estão "há inúmeros anos no privado" podem ultrapassar professores precários "há dezenas de anos a servir o Ministério de Educação", e sujeitos à instabilidade de todos os anos mudarem de escola e de cidade para acumularem tempo de serviço na escola pública.

Estes professores consideram a situação injusta, afirmando ser "inacreditável" que um governo que pretende acabar com a precariedade permita que professores que não tiveram qualquer vínculo ao Estado nos últimos anos possam "automaticamente vincular".

A posição surge após a promulgação pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do diploma sobre a vinculação extraordinária de professores que o Ministério da Educação negociou com os sindicatos no início do ano, mas que não foi objecto de acordo.

O diploma consagra a vinculação ao Estado de cerca de 3200 docentes. O Presidente ressalvou que ao assinar a promulgação atendeu "ao equilíbrio atingido" numa "matéria sensível".

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