Moradores de dois prédios da Damasceno Monteiro, Lisboa, podem regressar a casa

Deslizamento de terras afectou quatro prédios, levando à retirada de 27 pessoas. Segundo o município, o muro "é propriedade privada".

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LUSA/TIAGO PETINGA
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Os moradores dos números 102 e 104 da Rua Damasceno Monteiro, na freguesia de São Vicente, em Lisboa, já podem regressar às suas casas, excepto os do rés-do-chão, revelou aos jornalistas o vereador da Protecção Civil da Câmara de Lisboa, ao início da tarde.

Os residentes do rés-do-chão e os moradores de três outros prédios, entre os números 106 e 110 da mesma rua, vão ter esta segunda-feira à tarde entrevistas com a Protecção Civil da Câmara para avaliar se podem ficar com familiares ou se têm de ser realojados pelos serviços do município, indicou o vereador Carlos Castro.

"Nós verificámos que não há condições de habitabilidade nos números 106, 108 e 110. Nos números 102 e 104 é possível habitar a partir do primeiro andar, a parte do rés-do-chão não pode ser habitada e também não há hipótese de usar o logradouro, que será barrado", referiu.

Parte do muro do condomínio Vila da Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu pelas 5h40, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de quatro edifícios da Rua Damasceno Monteiro (dos números 104 ao 110). Segundo o município, o muro "é propriedade privada".

Devido ao aluimento de terras, as autoridades retiraram inicialmente 27 pessoas dos quatro edifícios (entre o 104 e o 110), tendo havido um ferido ligeiro - um homem que sofreu algumas escoriações.

No balanço final da avaliação técnica, Carlos Castro esclareceu que os moradores do número 102 acabaram também por ter de sair de casa.

O autarca avançou também que houve um "acordo naquela que foi a primeira abordagem com o proprietário do edifício norte dos quatros edifícios em causa", tendo este mostrado disponibilidade para fazer "uma intervenção imediata", que o município espera que seja assumida "tão breve quanto possível, para que as pessoas com toda a segurança possam regressar a sua casa".

Em relação ao prazo estimado das obras, Carlos Castro adiantou que "pode variar": "Estimado por alto, pode ser de três meses, [mas] pode ser menos", afirmou. "A questão neste momento é garantir a segurança das pessoas. Garantir o seu devido alojamento, que será feito da parte da tarde e depois, quanto antes, começar esta intervenção, que é urgente para que as pessoas possam ter a sua vida restabelecida", insistiu.

Questionado sobre a possibilidade de ocorrer novo aluimento de terras, o responsável escusou-se a comentar, lembrando que em termos técnicos foram avaliados os locais de potencial risco e, como tal, foi decidido retirar as pessoas e não deixá-las lá ficar.

Carlos Castro acrescentou que da primeira análise ainda não foi possível saber o que provocou o aluimento de terras.

Sobre a possibilidade de o condomínio Vila da Graça estar em perigo, o responsável referiu que essa análise será posterior. "A análise será feita através de mais uma equipa técnica antes de se começar as obras. Parte do terreno de cima desabou, pelo que a intervenção terá de ser geral", frisou.

A Junta de Freguesia garante que não tinha conhecimento que o "muro estava naquelas condições, nem tinha essa obrigação", referiu ao PÚBLICO a presidente. Natália Moura destaca que o actual executivo não "recebeu qualquer queixa" sobre este terreno, mas, segundo ficou a saber esta segunda-feira, "os moradores fizeram várias chamadas de atenção para o condomínio particular e a Câmara Municipal."

A agência Lusa foi até à Vila da Graça e viu que o muro que cedeu está a cerca de cinco metros de uma piscina exterior construída no condomínio privado.

O deslizamento provocou danos em quatro edifícios de habitação e em algumas viaturas.

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