Filho do pugilista Muhammad Ali detido em aeroporto dos EUA por causa do nome

"Para a família Ali, é claro como a água que este acontecimento está relacionado aos esforços do sr. Trump para proibir que entrem muçulmanos nos EUA”, diz advogado.

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Muhammad Ali em 2006 ANDREAS MEIER/REUTERS

Muhammad Ali Jr., um dos filhos do lendário pugilista norte-americano convertido ao islão Muhammad Ali, foi detido durante algumas horas num aeroporto da Florida, por causa do seu nome estrangeiro – e árabe.

Ao aterrarem no Aeroporto Internacional Fort Lauderdale-Hollywood a 7 de Fevereiro, Muhammad Ali  Jr., de 44 anos, e a sua mãe, Khalilah Camacho-Ali, a segunda mulher do pugilista falecido no ano passado, aos 74 anos, após uma longa batalha com a doença de Parkinson, foram tirados da fila para mostrarem o passaporte para serem interrogados, contou ao jornal USA Today o advogado da família, Chris Mancini. Vinham da Jamaica, onde tinham ido falar num evento do mês da História Negra.

Khalilah Camacho-Ali foi libertada porque mostrou aos agentes uma foto dela com o seu famoso ex-marido. Mas o filho não tinha nenhuma foto com o pai, e por isso ficou detido durante duas horas, em que foi repetidamente interrogado, com questões como: “Onde é que foi buscar esse nome?” e “é muçulmano?” O interrogatório tornou-se mais intenso, quando respondeu que era muçulmano, tal como o pai, que se converteu ao islão em 1964 e abandonou o nome de baptismo, Cassius Clay.

“Para a família Ali, é claro como a água que este acontecimento está relacionado aos esforços do sr. Trump para proibir que entrem muçulmanos nos Estados Unidos”, disse o advogado Chris Macini ao Louisville Courier-Journal, em referência à ordem executiva assinada pelo Presidente Donald Trump no fim de Janeiro para impor uma moratória de 90 dias à entrada de cidadãos de sete países muçulmanos nos EUA.

A família Ali está a tentar descobrir mais pessoas que tenham sido paradas em aeroportos norte-americanos por causa do seu nome e está a considerar processar o Estado norte-americano a nível federal, disse o advogado, citado pela AFP.

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