Leonardo Jardim há três anos a reinventar o Mónaco

Clube deixou de fazer contratações milionárias e passou a dar prioridade aos jogadores provenientes da academia. Antes da visita ao Manchester City, trabalho do técnico português foi elogiado por Guardiola

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Leonardo Jardim no último treino do Mónaco antes do jogo com o Manchester City Reuters/Lee Smith
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Leonardo Jardim venceu a desconfiança em torno de si, enquanto treinador do Mónaco Reuters/ERIC GAILLARD
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O último treino do Mónaco antes do jogo com o Manchester City Reuters/Lee Smith
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Falcao parece de regresso à melhor forma Reuters/Lee Smith
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O Mónaco é a equipa com melhor ataque dos principais campeonatos europeus Reuters/Lee Smith

Em pouco tempo, a vida de Leonardo Jardim no Mónaco ameaçou ir do sonho ao pesadelo: o técnico português chegou em 2014-15 e, ainda antes do encerramento do mercado de transferências, em Setembro, viu sair alguns dos pilares da equipa. James Rodríguez assinou pelo Real Madrid, Radamel Falcao foi à última hora para o Manchester United e mesmo o capitão Abidal rumou ao Olympiacos. O emblema monegasco, que um ano antes gastara cerca de 130 milhões de euros em três reforços (Radamel Falcao, James Rodríguez e João Moutinho), travou a fundo no investimento e inverteu a estratégia a 180 graus: em vez de contratações milionárias, a prioridade passaria pelos jogadores provenientes da academia do clube.

Forçado a reinventar-se, Leonardo Jardim nem pestanejou – e, tal como tem feito desde o primeiro dia em França, convenceu os cépticos e provou aos críticos que estavam errados. Hoje, o Mónaco ocupa a liderança da Liga francesa, é reconhecido como uma das forças do futebol europeu (detém o ataque mais concretizador do continente, tendo já ultrapassado os 100 golos no conjunto das competições), tem projectado inúmeros jovens para a ribalta e recolhe a admiração dos adversários. Pep Guardiola, que esta noite recebe a equipa de Jardim, está entre os que se renderam ao trabalho do técnico português.

“Estou realmente impressionado pela qualidade [do Mónaco]. Os laterais jogam como extremos e são letais na área. Os médios são inteligentes, fisicamente fortes e sobem bem. É uma equipa completa”, sublinhou o treinador do Manchester City, na antevisão do primeiro de dois duelos com os monegascos, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões (19h45, RTP1). “Têm jogadores fantásticos como Lemar e Bernardo Silva e atacantes que sabem encontrar espaços. É interessante ver”, acrescentou.

Presente nos oitavos-de-final da Champions pela segunda vez nas três épocas sob o comando de Jardim, o Mónaco é uma equipa diferente daquela que, há dois anos, foi a Inglaterra bater o Arsenal (1-3) na primeira mão da eliminatória. Saíram jogadores como Martial (Manchester United), Ferreira Carrasco (Atlético de Madrid), Kurzawa (PSG) ou Kondogbia (Inter de Milão), mas os novos valores despontam a cada ano. “O projecto do clube é conhecido, nestes três anos saíram muitos jogadores mas voltamos a estar aqui, mesmo com todas estas mudanças”, notou Leonardo Jardim.

Para além de Lemar e Bernardo Silva, que Pep Guardiola nomeou, há vários outros jovens com potencial no Mónaco. Com cinco golos nos últimos cinco jogos, Kylian Mbappé é, aos 18 anos, um dos que mais tem brilhado. “É um jovem que está a desenvolver-se. Tem margem de progressão e pode fazer várias posições no ataque. É um jogador de grande futuro”, sublinhou Jardim. Mas o técnico português também admitiu que a juventude poderá não bastar para fazer frente a um adversário com os bolsos tão recheados como o Manchester City: “Temos jogadores de grande qualidade, mas o nosso adversário tem jogadores que ganham jogos. É a diferença.”

Reencontro na Alemanha

Dois anos depois, Bayer Leverkusen e Atlético de Madrid reencontram-se nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões (19h45, SP-TV2). Em 2014-15, após um triunfo 1-0 para cada lado, foi preciso recorrer aos penáltis para decidir a eliminatória, que os espanhóis venceram. Tal como dessa vez, a primeira mão joga-se na Alemanha e em Leverkusen a eliminação de há duas temporadas ainda não está totalmente digerida: “Enfrentamos este jogo com muita confiança. Tanto quanto me lembro, fomos desafortunados por perder com o Atlético nesta fase, há duas épocas”, frisou o treinador dos alemães, Roger Schmidt.

Apesar do oitavo lugar do Bayer Leverkusen na Bundesliga, Diego Simeone não acredita que o adversário esteja fragilizado. “É uma equipa forte, particularmente nos flancos com Bellarabi e Havertz. Na frente têm o ‘Chicharito’ em grande forma. Vamos jogar contra uma equipa que tem grande intensidade, mas nós também temos”, apontou o técnico do Atlético de Madrid, que não esclareceu se Oblak, afastado por problemas físicos desde Dezembro, voltará à titularidade.

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