Presidente da CIP insiste na reestruturação da dívida pública

António Saraiva quer pacto de regime para a renegociação de uma dívida que “asfixia capacidades” ao país.

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Há "responsabilidades políticas que deveriam ser retiradas" no caso CGD, defende o líder da CIP Rui Gaudêncio

Foi uma das 70 personalidades que há três anos assinou um manifesto apelando à reestruturação da dívida portuguesa, explicando então que o fez “enquanto cidadão preocupado com a situação do país”. Por estes dias, a apreensão do líder da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, mantém-se. 

“É necessário encontrar uma solução para o pesado serviço da dívida, porque este montante, a dívida asfixia-nos capacidades”, disse o representante dos industriais portugueses em entrevista conjunta neste sábado ao Dinheiro Vivo e à TSF. 

Defendendo que Portugal já deveria ter colocado “a questão em cima da mesa” junto das instituições europeias, António Saraiva diz ser necessário “um pacto de regime sobre a resolução e o tratamento” do tema da dívida.

O investimento é, a par da dívida pública, “o desafio” que o país terá “de vencer”, afirmou ainda o líder da CIP, que acabou de ser reeleito para novo mandato. Para isso, é preciso remover os obstáculos à confiança dos investidores na economia portuguesa: “Temos de ter uma justiça mais ágil nas decisões, previsibilidade fiscal, a par de uma carga fiscal que dê conforto ao investimento estrangeiro”, exemplificou.

Saraiva referiu ainda a “turbulência” que se vive no sector financeiro e que têm dificultado o financiamento à economia e, a propósito dos acontecimentos recentes na Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Saraiva considerou que se trata de um “episódio que tem enfraquecido o Governo”.

“Quer o ministro [das Finanças] de um lado quer António Domingues são peças de decisões em que não foram seguramente os únicos envolvidos”, afirmou o empresário, sustentando que “há responsabilidades políticas que deveriam ser retiradas”. Notou ainda assim que "qualquer perturbação a nível de estabilidade governativa traria consequências desastrosas".

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