Escolhido de Trump para conselheiro de segurança rejeita cargo

Robert Harward foi a escolha de Trump para substituir Michael Flynn que esta segunda-feira se demitiu do cargo, depois terem sido reveladas as suas conversas com Moscovo.

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Robert Harward invocou razões familiares e financeiras para justificar o "não" à Casa Branca Reuters

Robert Harward, a escolha de Donald Trump para substituir Michael Flynn no cargo de conselheiro Segurança Nacional, recusou esta quinta-feira a nomeação para o cargo. De acordo com uma fonte da Casa Branca citada pela BBC, o antigo vice-comandante do Comando Central dos Estados Unidos invocou motivos familiares e financeiros para justificar o seu “não” a Trump.

No entanto, a imprensa norte-americana afirma que Harward e Washington não chegaram a acordo porque o antigo vice-comandante queria trazer a sua própria equipa para o Conselho de Segurança Nacional.

As alterações à liderança do Conselho de Segurança Nacional surgem depois de Michael Flynn se ter demitido no final desta segunda-feira devido aos contactos que estabeleceu com Moscovo, ainda antes da tomada de posse da actual Administração.

A recusa do nome escolhido por Trump chegou horas depois de o Presidente norte-americano ter afirmado numa conferência de imprensa que uma das razões pelas quais "abdicou" facilmente de Michael Flynn foi porque tinha em mente um "óptimo" substituto. "Tenho alguém mente que acredito que será óptimo para este cargo", disse, sem avançar qualquer nome.

Trump garantiu ainda, na mesma declaração aos jornalistas, que tudo corre tranquilamente na Casa Branca. “Esta Administração está a andar como um automóvel bem afinado.” O "não" de Harward foi noticiado horas depois.

Na lista de candidatos continuam Keith Kellogg, um antigo tenente-general do Exército norte-americano de 72 anos que assumiu interinamente o cargo que era de Flynn, e David H. Petraeus, um antigo general e director da CIA, que foi condenado por partilhar informação confidencial com a amante enquanto liderava a agência de espionagem norte-americana. 

O caso de Flynn segue um padrão recorrente de polémicas ligadas às fugas de informação.Os democratas já exigiram uma investigação aprofundada à Casa Branca após demissão de Flynn, questionando a existência de ameaças à segurança nacional.

No entanto, para Trump, "o verdadeiro escândalo" não é o teor das informações, mas sim a sua publicação. "As informações confidenciais estão a ser entregues pelos 'serviços secretos' como se fossem doces", afirmava o Presidente dos EUA esta quarta-feira, no Twitter.

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