Ex-Presidente exilado pede apoio internacional para regressar às Maldivas

Mohamed Nasheed espera que o Governo o deixe disputar as eleições de 2018. O actual Presidente, meio-irmão do antigo ditador Maumoon Abdul Gaymoon, deve candidatar-se a um segundo mandato.

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Mohamed Nasheed lançou apelo a partir de Colombo, no Sri Lanka Reuters/DINUKA LIYANAWATTE

Mohamed Nasheed, o ex-Presidente das Maldivas que se encontra no exílio, anunciou que quer voltar ao país para participar na corrida à Presidência da República em 2018. O fundador do Partido Democrático das Maldivas (MDP) pediu à comunidade internacional que exerça pressão sobre o Governo do actual Presidente, Abdulla Yameen, para que lhe seja permitido o regresso ao arquipélago do Índico.

“Espero ser escolhido como o candidato do partido [o MDP] para as eleições presidenciais das Maldivas”, disse Nasheed aos jornalistas em Colombo, capital do Sri Lanka, onde se reuniu com funcionários do seu partido. “Se o Presidente Yameen tiver medo de disputar comigo as eleições e me impedir de concorrer, então é claro que a sua Presidência não terá a legitimidade necessária”, cita a Reuters.

Para poder concorrer às eleições presidenciais de 2018, Nasheed precisa de ver revogada a sentença que o condenou pelo sequestro de um juiz. A Constituição das Maldivas impede qualquer pessoa condenada a mais de 12 meses de prisão de disputar eleições, a menos que tenham passado três anos desde a sua libertação ou que tenha sido oficialmente perdoado. 

O Governo actual das Maldivas tem um historial de prisão de opositores. Além de Nasheed, o Tribunal Penal das Maldivas ordenou a prisão do ex-vice-presidente Mohamed Jameel Ahmed e de Akram Kamaldeen, um alto funcionário do MDP. Juntamente com Nasheed, os três lideram a Oposição Unida das Maldivas, uma frente de partidos e grupos de oposição preocupados com o retrocesso democrático do pequeno arquipélago do oceano Índico.

A oposição alega que o executivo está a tentar encobrir a corrupção no país, que inclui lavagem de dinheiro. O Governo nega.

Em 2012, Mohamed Nasheed afirmou, em entrevista à agência noticiosa AFP, que a sua demissão do cargo de Presidente da República das Maldivas tinha sido forçada. Depois de abandonar o cargo, o antigo activista dos direitos humanos recandidatou-se no ano seguinte, mas a sua vitória contra Yameen na primeira volta foi anulada, devido a acusações de manipulação de votos.

Nasheed, que recebeu asilo político no Reino Unido depois ter sido condenado a 13 anos de prisão, ficou conhecido por se tornar no primeiro Presidente democraticamente eleito das Maldivas, após 30 anos do regime autocrático de Maumoon Abdul Gaymoon, meio-irmão do actual Presidente, Abdulla Yameen.

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