Merkel quer aumentar número de deportações de requerentes de asilo rejeitados

A Alemanha também se prepara para aumentar o valor pago aos que regressam voluntariamente aos seus países de origem.

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O plano também inclui um novo centro de deportações em Berlim Reuters/Kacper Pempel

A chanceler alemã, Angela Merkel, quer aumentar o número de deportações dos requerentes de asilo cujos pedidos tenham sido negado. O plano de 16 pontos que foi divulgado esta quinta-feira pelos meios de comunicação alemães indica que Berlim se prepara também para aumentar o valor pago a quem volta voluntariamente ao seu país de origem. 

Outra das medidas do plano consiste em autorizar o acesso aos telemóveis e cartões SIM de refugiados que cheguem à Alemanha, para verificar as suas identidades, avança a BBC. Merkel prepara-se para se encontrar com outros chefes de Estado para discutir o seu plano, que inclui a abertura de um novo centro de coordenação de deportações em Berlim. 

Os “centros de saída” também podem ser instalados junto de aeroportos para abrigar requerentes cujos pedidos de asilo tenham sido rejeitados, durante dias ou semanas, antes de serem deportados.

O Governo federal tem planos para gastar 90 milhões de euros este ano só em programas de repatriamento e reintegração – uma grande parte dessas verbas vai ser entregue a quem sair do país voluntariamente. Cada um dos 16 governos estaduais alemães vai ter a seu cargo os seus próprios processos.

Só em 2015 chegaram 890 mil refugiados à Alemanha, um dos países mais populares para os imigrantes. Em 2016, 25 mil foram deportados e 55 mil deixaram a Alemanha voluntariamente.

Com as eleições alemãs a aproximar-se, o partido anti-imigrantes Alternativa para a Alemanha tem estado a ganhar força nas sondagens. Para além dessa força política, a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel bate-se com a popularidade crescente dos sociais-democratas (SPD) do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, também ele candidato a chanceler. Os sociais- -democratas opõem-se à deportação de afegãos com pedidos de asilo rejeitados, porque defendem que o país não é suficientemente seguro para voltarem.

O ministro do interior alemão, Thomas de Maizière, comentou esta quinta-feira que, se a aprovação de asilo tem aumentado, "[há que] fazer mais repatriações e deportações também”, cita a BBC. Os afegãos são o segundo maior grupo de refugiados na Alemanha, a seguir aos sírios. Quase todos os sírios recebem asilo devido à guerra civil que no seu país.

A imigração promete ser um dos principais temas da campanha para as eleições gerais alemãs, que estão marcadas para Setembro.

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