UEFA anuncia reformas para melhorar o seu funcionamento e imagem

O organismo que gere o futebol europeu tenta evitar que lhe suceda o mesmo que ocorreu à FIFA.

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Ceferin explicou à comunicação social as medidas propostas LUSA/MARTIAL TREZZINI

A UEFA anunciou nesta quinta-feira um conjunto de reformas com as quais pretende tornar o organismo que tutela o futebol europeu mais transparente e resistente a práticas fraudulentas, depois dos escândalos ocorridos na FIFA e da saída, pela porta pequena, do francês Michel Platini. As medidas foram reveladas por Aleksander Ceferin, o esloveno que dirige a UEFA há cerca de ano e meio, no final de uma reunião do Comité Executivo, em Nyon, Suíça.

A principal novidade tem a ver com a limitação a três do número de mandatos dos dirigentes da UEFA. Até ao momento, o único limite imposto para que os responsáveis da UEFA possam exercer funções é o da idade, que não pode exceder os 70 anos. A proposta de Ceferin é a de que o presidente e os membros do Comité Executivo passem agora a exercer um máximo de três mandatos de quatro anos (12 no total).

Mas as propostas de reformas que serão discutidas e ratificadas no congresso da UEFA, que irá decorrer a 5 de Abril, em Helsínquia, não se ficam por aqui. Aleksander Ceferin irá propor que os candidatos ao Comité Executivo tenham um “um papel activo” nas suas respectivas federações, seja como presidente ou como secretário-geral, por exemplo.

O presidente da UEFA pretende ainda que dois representantes da Associação Europeia de Clubes (ECA) tenham lugar no Comité de Executivo – uma forma de dar poder aos clubes mais fortes da Europa, permitindo-lhes participar das decisões – e que mais dois membros, independentes do ambiente do futebol, se juntem à comissão.

Também a escolha das sedes das competições da UEFA passará a ser feita segundo um processo mais transparente e objectivo.

“Antes de ser eleito, tinha prometido uma reforma ao nível da direcção”, referiu o esloveno, que assumiu as funções de presidente da UEFA em Setembro de 2016, em substituição de Michel Platini em jeito de justificação para as propostas agora apresentadas.

“Estou muito satisfeito com o facto de o Comité Executivo ter dado o seu apoio unânime às reformas que eu considero essenciais para o fortalecimento da UEFA e que formam um pilar chave do meu manifesto presidencial”, disse Aleksander Ceferin na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Comité Executivo.

UEFA quer 16 lugares no Mundial 2026

Noutro âmbito, Ceferin revelou também que vai pedir à FIFA que a Europa tenha direito, pelo menos, a 16 lugares no Campeonato do Mundo de futebol de 2026, alargado a 48 participantes.

No Mundial 2014, realizado no Brasil e ganho pela Alemanha, participaram 32 selecções, 13 das quais apuradas directamente pela fase de qualificação realizada sobe a égide da UEFA.

“Acho realista pedir 16 vagas”, considerou Ceferin, acrescentando que pretende ainda que a FIFA crie condições para integrar cada uma das selecções europeias em grupos diferentes.

A FIFA decidiu em Janeiro acrescentar 16 participantes ao Mundial 2026, elevando o número de 32 para 48. Duas equipas avançarão para a fase a eliminar, que é antecedida de uma de grupos compostos por três selecções.

O novo figurino competitivo, bem como as quotas continentais para o Mundial 2026, deverá ser discutido e aprovado no decorrer de várias reuniões que a FIFA irá promover em Maio, no Bahrein.

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