Professores de Português contra exclusão de livro de Valter Hugo Mãe

Docentes falam de "censura" a propósito da polémica registada em torno do livro O Nosso Reino.

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Livro foi retirado das leituras ac onselhadas para o 3.º ciclo Nuno Ferreira Santos

As duas associações de professores de Português, que costumam ter apreciações contrárias, uniram-se para condenar nesta sexta-feira a “censura de obras literárias” a propósito da recente polémica em torno do livro O Nosso Reino de Valter Hugo Mãe, que figurava no Plano Nacional de Leitura para o 3.º ciclo do ensino básico.

“O descontentamento revelado pelos encarregados de educação de alguns alunos da Escola Secundária de Pedro Nunes, em Lisboa, tem a sua fundamentação em duas frases, retiradas de contexto, que seriam bem compreendidas e até aproveitadas com fins pedagógicos, em leitura contratual, caso esses críticos tivessem interpretado o texto, como aconselhamos às crianças, contextualizando e analisando a obra como um todo”, referem num comunicado divulgado nesta sexta-feira.

Na sequência desta polémica o livro foi retirado das obras aconselhadas para o 3.º ciclo, passando apenas a ser recomendado para o ensino secundário. Os professores de Português consideram que “a aplicar com coerência a recente polémica a opções programáticas, seriam afastados da disciplina, a título meramente ilustrativo, o Auto da Índia e o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, ou Os Maias de Eça de Queirós”.

Para as associações de docentes, o que se passou constitui “uma barreira contra o livre pensamento” e portanto “contra o crescimento individual e o progresso social".

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