Níveis recorde de radiação detectados em Fukushima

Buraco na cintura de confinamento do reactor 2 pode estar a libertar radiação.

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A central nuclear após o terremoto e o tsunami de 2011 Reuters

A Tepco, operadora de Fukushima, anunciou que há níveis recorde de radiação numa parte da central nuclear; um buraco na estrutura de confinamento do reactor 2 pode estar na origem do problema.

Foi enviada uma pequena câmara, no final de Janeiro, para o interior desta unidade, para confirmar se haverá bastões de combustível derretidos no interior do reactor. As imagens revelaram o buraco. Numa parte da estrutura de confinamento está a ser libertada radiação "radiação que podem chegar aos 530 sieverts por hora".

Uma pessoa exposta a esta radiação morre instantaneamente. Uma única dose de um sievert por hora é suficiente para causar náusea. Uma dose de dez sieverts tornar-se-ia fatal dentro de semanas.

"Há uma margem de erro que faz com que o nível possa ser inferior em cerca de 30%, mas mesmo assim continua elevado", disse um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), Tatsuhiro Yamagishi, citado pela AFP. O nível mais elevado de radiação que tinha sido detectado foi de 73 sieverts por hora, em 2012.

A Tepco não sabe o motivo para este nível de radiação. "É preciso investigar", disse o porta-voz. "Constatou-se que há um buraco de cerca de um metro de diâmetro numa plataforma metálica na estrutura de confinamento. Pode ter sido feito por combustível nuclear que se derreteu, depois do sistema de arrefecimento da central ter sido arrasado pelo tsunami que atingiu a central de Fukushima em 2011. "Mas nesta fase, tudo isto são apenas hipóteses", sublinhou Yamagishi.

No início da semana, a operadora tinha apresentado um conjunto de imagens do reactor 2 que mostravam, pela primeira vez, a possível presença de combustível nuclear no reactor 2, o mais danificado da central de Fukushima, que foi atingida primeiro por um sismo e de seguida por um enorme tsunami, em 2011.

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