Arquitectura

E eis que um casarão em Cedofeita sofreu um AsSALTO

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Ninguém diria o que se esconde para lá das portas dos números 492 e 498 na Rua de Cedofeita. Um gigantesco casarão à boa maneira da burguesia portuense, nascido em finais do século XIX com um sem número de histórias por contar. Há um elevador com banquinho, uma estufa onde o tempo parou, salões envidraçados e radiadores trabalhados. Foi o conselheiro Eduardo Honório de Lima, rico industrial proprietário da Fábrica de Curtumes do Bessa no Porto (e bisavô de Jorge Nuno Pinto da Costa), que reconstruiu o edifício em 1910 e nele espelhou a sua paixão pela arte e a música, que se vislumbra até hoje. Dia 11 de Janeiro, o projecto AsSALTO reabriu as portas desta casa, convidando quem quis a escrever ou desenhar o que viu. O resultado está aqui e serve de memória — o edificado prepara-se para ser transformado em apartamentos de turismo de curta duração. Agora, apontemos para o próximo AsSALTO, o quarto: dia 13 de Fevereiro, entre as 9h e as 12h30, vai-se descobrir o edifício dos Armazéns Cunhas, nos números 14 e 22 da Praça de Gomes Teixeira. Estão a ver aquele emblemático edifício nos Leões que tem um imponente pavão na fachada? Um projecto da década de 1930 da autoria do arquitecto Manuel Marques, com a colaboração de outros intervenientes, como Amoroso Lopes e Coelho Freitas. "O pavão existente na fachada, tema recorrente do desenho de arte nova, e a própria ‘fonte’ utilizada na descrição e publicitação do espaço são apenas indícios dos traçados e ornamentos naturalistas e curvilíneos que vão delineando o espaço interior dos Armazéns", descreve por email ao P3 Carlos Machado e Moura, um dos mentores do projecto. Apontem na agenda. Para desenhar ou escrever o Porto de outrora.