Pais acusam professor de agredir criança; escola investiga

Mãe do menor afirma que as crianças estão com medo do professor. Vai ser feita uma queixa formal à direcção do agrupamento de escolas e à Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.

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Aluno alegadamente agredido frequenta o 5.ºano e a escola já abriu um inquérito para averiguar o caso Nuno Ferreira Santos

Os pais de um aluno do 5.º ano acusaram, esta quarta-feira, um professor de ter agredido o seu filho na sua escola, em Pombal, mas a PSP fala apenas em desentendimentos, sem confirmar confronto físico, enquanto a escola anuncia a abertura de um inquérito.

Segundo contou a mãe, Paula Marques, o docente foi substituir um colega e quando chegou à sala disse aos alunos que não tinha nada para eles fazerem. "Imagino que deveria estar uma grande algazarra", comentou a mãe, que acrescentou que um dos alunos perguntou se podia ir para o quadro "fazer rabiscos" e convidou o seu filho para o acompanhar: "O professor foi directo ao meu filho e disse-lhe que ia limpar aquilo com a cabeça e pegou-lhe na cabeça e esfregou-a no quadro. Depois empurrou-o e ele caiu". O menino foi sentar-se, "pedindo desculpa ao professor", que, de acordo com Paula Marques, começou a "empurrar a mesa contra a barriga" da criança e "a dar murros em cima da mesa".

O docente terá voltado ao seu lugar, mas, pouco depois, ter-se-á dirigido novamente à criança e, exaltado, voltou a ter o mesmo comportamento. "Assustado, o meu filho acabou por fazer chichi nas calças. Isto terminou quando uma funcionária ouviu o barulho e chamou a direcção. Foi aí que nos telefonaram".

Segundo a mãe, o pai foi à escola buscar a criança e pediu para falar com o director de turma, mas como este não sabia o que se tinha passado, o pai sugeriu que falassem com o docente em causa. "Ele apareceu muito exaltado e a dirigir-se ao meu marido como se quisesse agredi-lo. O meu marido chamou a polícia." Mas se o docente "tivesse pedido desculpa e tido um comportamento diferente" com o seu marido, "a situação ficava por ali". E concluiu: "Mesmo que o meu filho tivesse desobedecido ou tido um mau comportamento, nada justifica uma atitude daquelas. Os miúdos estão com medo do professor."

Ainda segundo Paula Marques, os agentes da Escola Segura da PSP estiveram na escola a ouvir a criança e o professor e vai seguir uma queixa formal para a direcção do agrupamento e para a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.

Fonte do Comando da PSP de Leiria confirma que a PSP foi chamada à Escola Marquês de Pombal, "por ter havido desentendimentos entre um professor e um aluno" e, "posteriormente, entre o progenitor desse aluno e o mesmo professor". No entanto, "ao que foi possível apurar, não terá havido agressões físicas propriamente ditas em nenhuma das ocasiões", refere a PSP.

Por seu turno, o director do agrupamento escolar, Fernando Mota, diz que foi aberto um inquérito para averiguar o que se passou e que, se houver alguma responsabilidade do docente, a legislação será aplicada.

Finalmente, o conselho executivo da Associação de Pais de Pombal (APP) manifestou, em comunicado, a sua "preocupação e repúdio pelos actos de violência alegadamente perpetrados por um professor para com um aluno". "A APP espera que as instâncias competentes averigúem com a maior brevidade os factos e tomem as medidas preventivas adequadas ao caso. A direcção do Agrupamento de Escolas de Pombal já fez saber ao conselho executivo da associação a intenção de instaurar um processo disciplinar ao professor em causa".

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