VW ultrapassa Toyota como maior construtor mundial

Apesar do dieselgate, marca alemã destronou o fabricante japonês.

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Fábrica da Volkswagen em Wolfsburgo Fabian Bimmer/Reuters

É a primeira vez que a Volkswagen termina o ano como o maior fabricante mundial de automóveis. Apesar do escândalo das emissões poluentes (dieselgate), o grupo alemão vendeu 10,31 milhões de automóveis em 2016, superando a Toyota, que se ficou pelos 10,175 milhões. A General Motors (GM) só revela as suas vendas na próxima semana, mas deverá ficar longe dos dois rivais.

Graças a uma subida de 3,8%, impulsionada pelas vendas na China, o grupo Volkswagen (que inclui ainda as marcas Audi, Porsche, Seat, Skoda e Bentley) superou a Toyota (que inclui também as marcas Lexus, Daihatsu e Hino). O grupo japonês liderou as vendas mundiais entre 2008 e 2015, com a excepção de 2011, em que foi ultrapassado pela GM, devido ao tsunami que afectou o Japão.

No ano passado, as vendas da VW cresceram 12,2% na China, onde o dieselgate tem pouco impacto, uma vez que há poucos veículos a gasóleo. Na Europa, as vendas do grupo alemão subiram 4%, abaixo da média do sector, diz a Bloomberg.

Além da China, a Volkswagen teve um bom comportamento noutros mercados. A BBC salienta que o Volkswagen Golf foi o modelo mais vendido na Suécia, onde pela primeira vez em mais de meio século não foi um Volvo a liderar as vendas.

Já a Toyota aumentou as suas vendas mundiais em 0,2% e os dados conhecidos apontam para um abrandamento nos Estados Unidos e um ritmo de subida de vendas na China abaixo da concorrência.

Este duelo VW-Toyota ganhará novos contornos no ano que agora se iniciou, especialmente por causa da ameaça de Donald Trump impor taxas aos construtores que fabricam automóveis no México para vender nos EUA.

“Trump é um risco maior para a Toyota do que para a Volkswagen, porque o construtor alemão tem menor exposição ao mercado norte-americano”, aponta Ken Miyao, analista da empresa de pesquisa de mercado Carnorama, citado pela Bloomberg. “A Toyota fez um investimento para construir uma nova fábrica no México e terá opções limitadas para responder a Trump.”

Segundo a imprensa japonesa, o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, vai reunir-se com o patrão da Toyota, Akio Toyoda, na próxima sexta-feira, uma semana antes do encontro com Donald Trump em Washington.

Atrás da VW e da Toyota, deverá surgir a General Motors, que foi, durante vários anos, o maior construtor mundial antes de ser destronada pela Toyota. O grupo americano, que em 2015 vendeu 9,8 milhões de automóveis, deverá agora ter por perto o grupo Renault-Nissan, que ganhou ainda mais fôlego com a aquisição da Mitsubishi e que deverá aproximar-se dos 10 milhões de veículos vendidos – a Nissan já anunciou ter vendido 5,6 milhões de automóveis no ano passado, ao que se somam 3,18 milhões da Renault, segundo as contas da AFP.

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