Banco CTT lança crédito à habitação com spread igual para todos

Instituição garante oferta “simples, responsável e com custo mais baixo”.

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Banco CTT alarga oferta aos empréstimos para compra de casa. xx direitos reservados

Chegou o crédito à habitação do Banco CTT, “simples, responsável e mais barato”. São estas as principais características destacadas por João Mello Franco, administrador executivo da instituição, que garante ainda que “não há nada escondido” neste produto.

A primeira característica, a da simplicidade, assenta no facto de existir uma única taxa de juro, associada à Euribor a 12 meses (actualmente em valores negativos) a que acresce um spread (margem comercial) de 1,75%, igual para todos os clientes. Ou seja, todos os clientes têm à partida o mesmo risco, mas só é possível confirmar esta situação depois dos empréstimos terem sido concedidos. Ou seja, não é garantido que, um cliente de risco elevado saia do banco um crédito aprovado.

O spread oferecido corresponde a um valor intermédio entre os valores mínimos e máximos dos restantes bancos.

No conceito da simplicidade entra ainda o facto de apenas ser exigido aos clientes que domiciliem o ordenado e subescrevam os dois seguros (vida e multirriscos) na Mafre, com quem o jovem banco tem um protocolo, e em relação aos quais não foi possível ao PUBLICO fazer uma avaliação das condições.

Tirando aquelas duas condições João Mello Franco garante que “não é exigido mais nada”, quando, como destaca, a prática corrente dos restantes bancos consiste em fazer depender a concessão do crédito e do valor do spread da contratação de vários produtos, como o cartão de crédito, muitas vezes associado a movimentos mínimos, o pagamento de serviços, entre outros.

Os vários produtos associados encarecem o crédito, que é reflectido na TAER, a Taxa Anual Efectiva Revista, que inclui a taxa do crédito, os custos dos seguros e os custos dos outros produtos. É a esta taxa, que habitualmente é pouco divulgada ou valorizada, que o Banco CTT se agarra para garantir que “o seu crédito tem custos mais baixos para todos os clientes”.

Em conferência de imprensa, o banco divulgou várias simulações, realizadas através da oferta publicitada por outras instituições, que demostram que “a sua proposta é mais é mais barata”. Ao contrário das contas de depósito à ordem e a prazo, e do cartão de crédito, onde o banco CTT não cobrada comissões, no crédito à habitação há custos associados. João Mello Franco garante que esse custo “é mais baixo que a concorrência”. Os valores estão disponíveis no preçário do banco, mas ao PÚBLICO não foi possível fazer uma comparação com a prática do sector.

Por último, resta o conceito de “crédito responsável”, a que o administrador junta ainda “o da sustentabilidade”, que consiste em manter um patamar conservador da relação entre financiamento e valor do imóvel, que é de 80%, em linha com a concorrência. Esta prática obriga os clientes a disporem de um “pé-de-meia” para assegurar parte do valor de aquisição. João Mello Franco admite que a este nível pode existir alguma flexibilidade, “mas mantendo sempre a preocupação da responsabilidade”. O prazo do empréstimo também é conservador, até 40 anos.

Para o segmento mais jovem, o Banco CTT preparou uma aplicação, “a app casa bancoctt”, para smartphones, desenvolvida em parceria com uma empresa portuguesa, que permitirá a formalização de todo o processo de pedido de crédito sem necessidade de deslocação aos 50 balcões que já têm o crédito disponível. No final de Fevereiro, todos os 200 disponíveis terão o crédito à habitação disponível.

Em menos de um ano, o Banco CTT atraiu mais de 100 mil clientes e cerca de 250 milhões de euros de depósitos, “almofada” que permite o alargamento da oferta directa de crédito à habitação.

No crédito ao consumo, o banco liderado por Francisco Lacerda é apenas um distribuidor do crédito do Banco Cetelem.

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