A Islândia, onde quase não há homicídios, está em choque com a morte de Birna

Birna Brjansdottir estava desaparecida há uma semana. O seu corpo foi encontrado no domingo. Nas duas últimas décadas, Islândia teve em média dois homicídios por ano.

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Na madrugada de 14 de Janeiro, jovem foi vista pela última vez em imagens captadas por uma câmara de vigilância LUSA/REYKJAVIK METROPOLITAN POLICE HANDOUT
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O carro de Birna foi encontrado perto do porto. Dois pescadores estrangeiros são suspeitos. LUSA/BIRGIR THOR HARDARSON

Birna Brjansdottir tinha 20 anos, estava desaparecida há uma semana e foi encontrada morta no domingo. A última imagem da jovem viva foi captada por uma câmara de vigilância. Eram cinco da manhã e passeava sozinha, cambaleando, numa rua deserta do centro da capital Reiquejavique. Foi vista junto a um carro vermelho de marca Kia, o mesmo que mais tarde serviu de pista para a investigação policial.

Birna era uma jovem alegre, trabalhava como assistente de vendas num centro comercial – o mesmo onde centenas de pessoas se juntaram frente a um ecrã de televisão para ouvir a polícia anunciar que tinha encontrado o corpo da jovem há dois dias.

O caso está a chocar a Islândia, um país com apenas 323.000 habitantes onde os homicídios são tão raros que em anos recentes (2003, 2006 e 2008 ) não houve registo de um único caso e onde a polícia não anda habitualmente com armas de fogo. Nos últimos 20 anos, foram mortas, em média, duas pessoas por ano. A Islândia teve, em 2012, a terceira taxa mais baixa de homicídios do mundo, a seguir ao Liechtenstein e ao Luxemburgo, escreve o New York Times (NYT) que relata o caso.  

No dia 14 de Janeiro, a mãe aflita telefonou à polícia. A filha não tinha regressado de uma ronda pelos bares de Reiquejavique numa noite de nevoeiro cerrado. Uma operação de busca sem precedentes foi iniciada, e a ela juntaram-se 775 voluntários. Oito dias depois, o seu corpo foi encontrado numa praia a cerca de 30 quilómetros da cidade onde foi vista pela última vez. 

O desaparecimento e a morte de Birna Brjansdottir permanecem um mistério, escreve o NYT e o El Pais. Os seus sapatos foram encontrados à deriva numa outra praia a mais de 30 quilómetros da praia onde o corpo foi encontrado. Dois pescadores estrangeiros são os principais suspeitos e estão detidos mas ainda não há culpa formada, escrevem as agências. A principal pista para a detenção dos dois homens suspeitos foi o carro que estava no centro de Reiquejavique quando Birna Brjansdottir foi filmada pelas câmaras de vigilância.

O veículo foi mais tarde encontrado perto do porto e da praia onde estava o corpo da jovem. Tinha sido alugado por dois tripulantes da traineira de pesca que entretanto ali atracou, segundo a polícia. E estava ali estacionado desde as 6h30 da manhã em que Birna terá sido morta.

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