Automobilistas já podem "fugir" ao pórtico de portagem na A29 em Gaia

Câmara de Vila Nova de Gaia construiu via alternativa à antiga Scut por 200 mil euros.

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Presidente de Câmara de Vila Nova de Gaia diz que a nova via vai ter repercussões na vida das pessoas Nelson Garrido

Os condutores podem evitar a partir desta terça-feira o pórtico de portagem da A29 em Gulpilhares, Gaia, graças à conclusão da via alternativa projectada pela câmara municipal que assim deu uma resposta local a um "disparate central".

"Foi uma resposta local a um disparate central. Ninguém compreendia, e não compreende, a localização deste pórtico. Em primeiro lugar porque a auto-estrada foi construída em cima da estrada nacional", afirmou o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues.

A polémica começou em 2010 quando o Governo decidiu introduzir pórticos de cobrança de portagens em várias das antigas Scut (sem custos para o utilizador), incluindo a A29 que liga Porto a Aveiro.

Um dos pórticos da A29 foi colocado em Gulpilhares naquela que é a única via municipal de acesso às freguesias mais a sul do concelho de Gaia, motivando vários protestos e levando então muitos automobilistas a desviarem o seu percurso por ruas mais interiores do concelho para evitar o pagamento.

"Foi muito injusto o modelo que aqui foi seguido. Na altura tudo foi permitido", criticou o autarca, recordando que quando tomou posse, em 2013, deu início a um "processo negocial tranquilo, numa base de diálogo, explicando os factos, fazendo perceber que também não estava em causa nenhuma perda financeira significativa para o concessionário".

Mesmo durante a campanha para as autárquicas em 2013, o agora presidente da câmara chegou a propor a criação da alternativa viária à antiga Scut, uma promessa que vê agora cumprida com a inauguração, desta terça-feira, do troço alternativo.

"É uma alternativa paralela à auto-estrada que permite que os moradores, fazendo um pequeno desvio para o interior de Gulpilhares, acedam às praias e à zona de habitação sem terem que passar por pórtico", destacou o autarca, explicando que este desvio retoma um acesso antigo "que tinha ficado obstruído pela própria ocupação da auto-estrada".

As obras, com um custo global de cerca de 200 mil euros, arrancaram em Setembro do ano passado, depois de "um processo de expropriação amigável" e da aquisição de uma parcela de terreno que permitiu a construção da nova via.

"Foi uma solução encontrada para o trânsito local, que é o que nos importa neste momento. É não onerar as pessoas que aqui moram, os moradores da zona de Gulpilhares, Valadares e pessoas que se dirigem para São Félix da Marinha e para Arcozelo", assinalou Vítor Rodrigues.

O autarca realçou ainda que a obra irá já a partir desta terça-feira ter "repercussões na vida das pessoas" que graças a esta via, de ligação da Rua da Ameixoeiras à Avenida Combatentes do Ultramar Português, conseguirão desviar-se do pórtico e assim evitar a cobrança de taxas entre os 0,45 euros e os 1,10 euros.

"O município é o actor decisivo para a resolução dos pequenos problemas dos cidadãos e este (...) inscreve-se naquilo que são o leque das pequenas obras, das pequenas intervenções que têm grande reflexo no dia-a-dia dos cidadãos", sublinhou.

Esta obra, acrescentou Vítor Rodrigues, "insere-se num projecto já em curso de reabilitação de toda a rede viária envolvente, da qual sobra a rua das Moutadas, que é a etapa final".

A inauguração da via de ligação da rua das Ameixoeiras à Avenida dos Combatentes do Ultramar, em alternativa ao pórtico da A29 em Gulpilhares, está marcada para esta terça-feira, pelas 11h.

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