Berlim encerra programa com A Cidade Perdida de Z e a sequela de Trainspotting

Edição 2017 do festival alemão abre a 9 de Fevereiro com biografia de Django Reinhardt e traz novos filmes de Teresa Villaverde, Aki Kaurismäki e Hong Sangsoo, entre outros.

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The Lost City of Z, de James Gray DR

É o último grande filme a ser escalado para Berlim 2017: A Cidade Perdida de Z, o aguardado novo filme do americano James Gray (A Emigrante), vai ter a sua estreia internacional na 67.ª edição do festival alemão, a decorrer de 9 a 19 de Fevereiro próximos. O filme de Gray, uma adaptação do livro de David Grann sobre as explorações do britânico Percy Fawcett na Amazónia nos anos 1920, junta-se à aguardada sequela de Trainspotting, T2, de Danny Boyle, como “pontas de lança” mediáticos do festival, cuja abertura oficial caberá a Django, o filme biográfico sobre o guitarrista de jazz Django Reinhardt, com Reda Kateb no papel principal sob a direcção do estreante francês Étienne Comar.

A Cidade Perdida de Z, interpretado por Charlie Hunnam, Sienna Miller e Robert Pattinson, deverá chegar às salas portuguesas em 2017 pela NOS Lusomundo, enquanto T2, que reúne toda a equipa do filme original (do realizador Danny Boyle aos actores Ewan McGregor, Robert Carlyle, Jonny Lee Miller, Ewen Bremner) numa adaptação do romance de Irvine Welsh Porn, tem já estreia marcada em Portugal para 23 de Fevereiro através da Big Picture.

Portugal estará presente entre os 18 filmes na competição oficial com Colo, a nova realização da portuguesa Teresa Villaverde, e com Joaquim do brasileiro Marcelo Gomes (O Homem das Multidões), sobre o célebre bandido Tiradentes, co-produção portuguesa com a Ukbar Filmes de Pandora da Cunha Telles. Também a concurso estarão os novos filmes do finlandês Aki Kaurismäki (The Other Side of Hope), do coreano Hong Sangsoo (On the Beach at Night Alone) e do veterano alemão Volker Schlöndorff (Return to Montauk, co-escrito com o romancista Colm Tóibin). Da competição farão ainda parte Ana, mon amour, do romeno Calin Peter Netzer, Félicité, do francês Alain Gomis, Heile Nächte, do alemão Thomas Arslan, The Dinner, do americano Oren Moverman, Mr. Long, do japonês Sabu, The Party, da inglesa Sally Potter, Spoor, da polaca Agnieszka Holland, On Body and Soul, do húngaro Ildikó Enyedi, Una Mujer Fantástica, do chileno Sebastián Lelio, e Wilde Maus, do austríaco Josef Hader, para lá do documentário do alemão Andres Veiel sobre Joseph Beuys e da animação chinesa Hao Ji Le, de Liu Jian.

Fora de concurso, a selecção oficial incluirá T2Logan, o adeus de Hugh Jackman à personagem de Wolverine dirigida por James Mangold (Walk the Line), El Bar, de Álex de la Iglesia, Final Portrait, de Stanley Tucci, Sage Femme, de Martin Provost e Viceroy’s House, de Gurinder Chadha. A secção paralela Berlinale Special mostrará, para lá de The Lost City of Z, a versão restaurada do Close-Up, de Abbas Kiarostami, Le jeune Karl Marx, de Raoul Peck e o documentário de Askold Kurov The Trial: The State of Russia vs Oleg Sentsov.

Para lá da competição oficial, Portugal estará também presente no concurso oficial de curtas Berlinale Shorts com quatro filmes – em estreia mundial Altas Cidades de Ossadas, de João Salaviza, e Coup de Grâce, de Salomé Lamas, e ainda Cidade Pequena, de Diogo Costa Amarante, e Os Humores Artificiais de Gabriel Abrantes – e na secção Forum com Spell Reel, de Filipa César. A artista e cineasta portuguesa estará ainda presente na paralela multidisciplinar Forum Expanded, dedicada às zonas de fronteira entre o cinema e as artes, com uma apresentação sobre os arquivos cinematográficos da Guiné-Bissau, The Solid Image, em parceria com Sana na N’Hada, apresentada a par de obras de Eija-Lisa Ahtila, James Benning, Ken Jacobs ou Bruce la Bruce.

Na secção paralela Panorama, ver-se-ão I Am Not Your Negro, de Raoul Peck, sobre o escritor e pensador negro americano James Baldwin; Untitled, filme póstumo do austríaco Michael Glawogger completado pela montadora Monika Willi, bem como uma forte representação brasileira que inclui o novo filme do documentarista João Moreira Salles, No Intenso Agora, composto por materiais de arquivo do Maio de 1968 e da Primavera de Praga, e Vazante, de Daniela Thomas. A secção Berlinale Classics, dedicada a clássicos restaurados, mostrará as versões restauradas em digital 4K de A Noite dos Mortos Vivos, de George A. Romero, Annie Hall, de Woody Allen, e Maurice, de James Ivory

Finalmente, a retrospectiva desta edição é dedicada ao cinema de ficção científica, sob o genérico Future Imperfect: Science, Fiction, Film, paralelamente a uma exposição patente na Cinemateca Alemã até Abril próximo.

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