Itália abalada por quatro sismos de magnitude próxima ao de Áquila

Terramotos registados na região central do país foram sentidos na capital.

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Algumas escolas e a rede de metro da cidade de Roma foram evacuadas LUSA/MASSIMO PERCOSSI

Quatro sismos – um de magnitude 5,4 na escala de Richter, outro de 5,7, um terceiro de 5,6 e o mais recente com 5,2 – foram registados a nordeste da capital italiana, nesta quarta-feira. O primeiro ocorreu às 10h25 (menos uma hora em Lisboa) a nove quilómetros de profundidade. O segundo deu-se às 11h15 locais, desta vez a dez quilómetros de profundidade, o terceiro às 11h25, a uma profundidade de 40 quilómetros, e este último às 14h45, a uma profundidade também de dez quilómetros. Os dados são registados pelo Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo (CSEM).

A intensidade dos sismos registada pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) difere ligeiramente da que é apontada pelo CSEM, tendo o primeiro abalo um valor de 5,1, o segundo de 5,4 e o terceiro de 5,3 na escala de Richter.

Levantamentos do CSEM mostram que entre estres três terramotos de maior magnitude se registaram abalos mais pequenos. Entre os dois primeiros sismos deu-se um com menor magnitude, de 3,2 na escala de Richter. Entre o segundo sismo de 5,7 e o terceiro de 5,6 dois abalos de magnitude 4,6 e 4,5 foram sentidos no mesmo local. Mais recentemente, por volta das 12h07 (menos uma hora em Portugal) outro abalo de 4,8 na escala de Richter sucedeu ao último sismo. 

Os abalos foram sentidos em Roma. A rede de metro da cidade foi evacuada mas entretanto a situação está normalizada.  Alguns museus suspenderam as suas visitas e escolas fecharam como medida de precaução, tal como algumas estradas e viadutos.

“Felizmente, não há vítimas até agora, mas claro que estar réplicas fortes estão a alarmar as pessoas que já estiveram antes nesta situação”, afirmou o primeiro-ministro de Itália, Paolo Gentiloni, citado pela Reuters. O Presidente da República italiano, Sergio Matarrella, também já se pronunciou e veio reforçar a capacidade de resposta das entidades responsáveis. “A cada abalo as condições agravam-se, mas aumenta também a nossa vontade de ajudar e de estar perto das pessoas”, disse à Rai News. 

A neve que caiu em algumas localidades de Itália tem vindo a complicar as operações de prevenção resultantes dos terramotos. A protecção civil italiana alertou para perigo de avalanche na região montanhosa de Marche, informa a agência noticiosa Ansa.

Em declarações à Rai News, a ministra da Defesa italiana, Roberta Pinotti, garantiu estarem à “disposição total veículos do exército” para ajudar na situação, sobretudo em locais onde a neve está a dificultar os acessos. Até ao momento foram accionados 63 veículos, informa a ministra que se encontra na sala de operações do exército.

Estão cerca de 850 bombeiros no terreno para verificarem a segurança de alguns edifícios, tendo vários helicópteros da unidade sobrevoado a região para verificar os danos que poderão ter sido causados. Até ao momento a linha de emergência destes profissionais ainda não registou qualquer pedido de socorro de alguém que tenha sido afectado gravemente pelos abalos, informa o The Local.

Estes abalos acontecem na região central do país, a mesma das localidades de Amatrice, onde em Agosto de 2016 morreram 290 pessoas – segundo as estimativas das autoridades italianas – na sequência de um sismo de magnitude 6,2, e de Áquila, destruída em Abril de 2009 por um sismo de 5,8 a 5,9, vitimando 308 pessoas.

Na sequência do sismo de Amatrice, a igreja de Santo Agostinho, do século XV, ficou severamente destruída, e apenas a sua torre sineira se manteve de pé – esta manhã, com os fortes abalos sentidos, acabou por cair.  

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