Senegal desloca exército para a fronteira da Gâmbia e estabelece prazo até à meia-noite

O mandato do Presidente da Gâmbia termina à meia-noite desta quarta-feira. Caso não abdique do poder, o exército do Senegal e a força aérea da Nigéria entram em força.

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Yahya Jammeh perdeu as eleições no passado dia 1 de Dezembro mas não abdica do poder por considerar sufrágio irregular Reuters/© Carlos Garcia Rawlins / Reute

O Senegal deslocou as suas forças militares para a fronteira com a Gâmbia ameaçando entrar neste país se, até à meia-noite desta quarta-feira, o Presidente Yahya Jammeh não abdicar do poder, diz a Reuters citando o porta-voz do exército senegalês, Yahya Jammeh.

A 1 de Dezembro, depois de contados os votos das eleições presidenciais, o mundo ouviu com surpresa Yahya Jammeh dizer que aceitava a derrota nas urnas, depois de 22 anos no poder. Jammeh tinha subido à presidência na sequência de um golpe militar e, desde então, deu vários sinais de pretender eternizar-se no poder. No entanto, Jammeh voltou atrás e disse não aceitar os resultados de umas eleições que afinal considera “fraudulentas”. O candidato vencedor, Adama Barrow, apelou a Jammeh para que aceite transferir o poder. Depois disso a tensão no país foi crescendo registando-se intervenções militares e confrontos

O mandato do Presidente derrotado no sufrágio termina esta quinta-feira. Por isso, o porta-voz do exército senegalês avisa: “Estamos prontos e a aguardar o prazo limite da meia-noite. Se não for encontrada nenhuma solução política, vamos entrar”.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Ecowas segundo a sigla em inglês) mandatou o Senegal, cujo território praticamente rodeia a Gâmbia, para supervisionar uma intervenção militar mas apenas como último recurso sendo apoiado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Também a Nigéria moveu a sua força aérea para o Senegal para se preparar para uma eventual intervenção militar caso a crise política na Gâmbia se prolongue. “A NAF (Força Aérea da Nigéria) moveu hoje um contingente de 200 homens e activos aéreos incluindo aviões de combate, aviões de transporte, helicópteros de utilidade ligeira bem como de informação, vigilância e reconhecimento para Dakar de onde é esperado que se opere na Gâmbia”, diz o comunicado citado pela Reuters.

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