PS/Algarve recusa “primárias directas” na candidatura à presidência da câmara de Silves

A candidata, mulher do antigo presidente da câmara, foi escolhida pelos militantes dos órgãos locais do partido, num concelho com mais de 30 mil eleitores.

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vasco celio

Joaquina Matos vai ser esta noite apresentada como a candidata socialista a presidente da câmara de Silves em ambiente de contestação interna. “Tenho esperança que o assunto fique hoje resolvido”, disse ao PÚBLICO o líder do PS/Algarve, António Eusébio, mostrando-se convicto que vai unir o partido. A federação distrital recusou a proposta para que houvesse eleições “primárias directas” na escolha do candidato à presidência deste município actualmente dirigido pela CDU. Num concelho com mais de 30 mil eleitores,  apenas  17 pessoas – os elementos que compõem os órgãos da comissão politica concelhia –  decidiram a escolha do cabeça de lista.

Ricardo Cabrita foi um dos mais de duas dezenas de militantes que exigiram, em abaixo- assinado, a realização de “primárias” nas autárquicas, à semelhança do que se passou na disputa entre António Costa e António José Seguro para a eleição de secretário-geral. “Pretendíamos democratizar e mobilizar a população”, disse, em declarações ao PÚBLICO,  reconhecendo ser “muito difícil derrotar a candidata da CDU”, no exercício de um primeiro mandato. O Partido Socialista, que não ganha eleições autárquicas em Silves há 23 anos, vai  ter como candidata a mulher do antigo presidente socialista, Francisco Matos.

O presidente do PS/Algarve, António Eusébio, escreveu aos militantes informando que a designação de Fátima Matos para encabeçar a lista ao executivo autárquico tornou-se “definitiva” porque os contestatários não a rejeitaram  “no momento” em que o poderiam ter feito. Ricardo Cabrita não se conforma com a explicação. Nas últimas eleições autárquicas, afirmou, “ocorreu uma situação semelhante em Lagoa, fez-se primárias e o candidato socialista saiu vencedor”.

Além de Fátima Matos, que obteve sete votos a favor, apresentaram-se como candidatos, Manuel Pina da Silva, que obteve seis votos, e Luís Guerreiro, com três, havendo ainda a assinalar um voto em branco. A fraca militância e participação na politica local, justificou António Eusébio, “é o resultado do afastamento do poder durante muitos anos". Nas últimas duas décadas, foi o PSD quem esteve à frente dos destinos autárquicos.

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