Frustração e felicidade à chegada do Dakar

Paulo Gonçalves não digeriu penalização que lhe tirou a dobradinha. J-Rod só queria chegar ao fim e acabou no "top-10".

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Paulo Gonçalves e Joaquim Rodrigues chegaram esta segunda-feira a Portugal - depois de terem participado no Dakar - com sentimentos distintos de frustração e felicidade, respectivamente. Paulo Gonçalves (Honda) foi o português mais bem classificado, no sexto lugar, a quase uma hora do britânico Sam Sunderland (KTM), conseguindo o segundo melhor resultado de sempre, depois da segunda posição em 2015.

"Este resultado sabe a pouco. Vim de edições anteriores com um resultado menos bom mas mais feliz. Aquilo que fizemos em pista permitia-nos ter um resultado bastante melhor. Mas tenho de aceitar o resultado. Obviamente que a nossa equipa fez um recurso da decisão do comissário do grupo de júris. Vamos aguardar a decisão. Acho que foi o único ponto negativo", começou por explicar Paulo Gonçalves.

Segundo o piloto português, o "objectivo era discutir o pódio" e conseguir a “dobradinha”. "Perceber que podíamos ter feito uma dobradinha mas que, devido a uma decisão de secretaria, não conseguirmos, é frustrante. Não tivemos qualquer tipo de benefício com o abastecimento naquela zona. Tínhamos abastecido cinco litros 50 quilómetros antes e não tinha acontecido nada. Houve um erro de interpretação e o regulamento não está claro nesse aspecto. Vamos aguardar o resultado do recurso", frisou.

Paulo Gonçalves admitiu ainda que não sabe o motivo pelo qual foi penalizado, mas reiterou que tudo está a ser tratado no sentido de que o que se passou seja esclarecido. "Existe a possibilidade de ser retirada essa penalização. Não será fácil, certamente. Não fui notificado de qual o artigo que violei. Não sei se foi por reabastecimento ou se por outra coisa qualquer. Neste momento, a parte jurídica da equipa está a tratar desse processo", disse ainda.

Joaquim Rodrigues (Hero), que concluiu a prova em décimo, não podia estar mais satisfeito e, ao mesmo tempo, surpreso, por ter alcançado uma posição no “top-10”, quando ambicionava apenas terminar o rali. "Nunca pensei que ia conseguir estar entre os dez primeiros. O objectivo era terminar a corrida. Claro que ao fim da primeira semana, quando nos encontrávamos no décimo lugar, começámos a pensar. Na segunda semana, tentámos manter. Houve um dia que correu muito mal, perdi muitas posições. Mas, felizmente, consegui recuperar nos últimos. Foi um alívio quando cruzei a meta, parece que saiu um prédio de cima de mim. Fiquei muito feliz", salientou o português, atestando, após a sua estreia, que é a prova "mais dura do mundo".

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