Teatro da Trindade com orçamento a duplicar quando comemora 150 anos

Este teatro volta a ter nesta temporada produção própria e vai apresentar a peça Quem tem medo de Virgina Wolf, de Edward Albee, que será encenada por João Perry e protagonizada por Diogo Infante e Alexandra Lencastre.

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Inês de Medeiros é a directora do Teatro da Trindade-Inatel PP PAULO PIMENTA / PUBLICO

Esta temporada do Teatro da Trindade-Inatel fica marcada em particular pela duplicação do orçamento, na ordem dos 350 mil euros, e pelo regresso da casa de espectáculos de Lisboa à produção própria.

A directora Inês de Medeiros, que falava no Teatro da Trindade-Inatel, na apresentação da temporada 2017, recordou que o teatro comemora este ano, a 30 de Novembro, os 150 anos e que tem por objectivo voltar a ser "um centro nevrálgico e motor no coração de Lisboa".

"Este ano, o teatro volta a ter produção própria, o que não acontecia desde a direcção de Cucha Carvalheiro [2009 a 2013]", disse Inês de Medeiros, sublinhando se verificará ainda o regresso às co-produções com o Teatro do Bairro, além da produção do 1.º Festival Antena 2 e de uma rubrica de teatro radiofónico, assim como da realização de duas grandes homenagens, a José Carlos Ary dos Santos e a José Afonso.

Outra das iniciativas para esta temporada, destacada pela directora do teatro, é a peça Quem tem medo de Virgina Wolf, de Edward Albee, que será encenada por João Perry e protagonizada por Diogo Infante e Alexandra Lencastre.

A temporada 2017 do Teatro da Trindade-Inatel, que começou na sexta-feira com a peça Nós, trabalhadores, integra ainda as encenações de Vanessa vai à luta, por António Pires, com texto de Luísa Costa Gomes, co-produzido pelo Teatro do Bairro, que se estreia no próximo dia 19.

No âmbito da música, esta temporada contempla o Festival Antena 2, de 24 a 29 de Janeiro, com seis concertos de música clássica orquestral, música de câmara, filarmónica, barroca, étnica e jazz, a que se junta um espectáculo de dança, uma peça de teatro e duas conferências, referiu Inês de Medeiros.

Orquestra de Câmara Portuguesa, Trio Tarantella, Banda da Armada, Cardo Roxo, Quorum Ballet, o projecto Diáspora do agrupamento Sete Lágrimas, Rua Nova da Trindade e João Barradas & Ricardo Toscano preenchem a programação do 1.º Festival Antena 2.

Reservado, de 2 a 25 de Fevereiro, um espectáculo a partir de colagens de Almada Negreiros, António Gedeão, Cesário Verde, David Mourão-Ferreira, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca, Fernando Pessoa e José Régio, entre outros, é outra das propostas do Trindade para esta temporada.

As peças Oitenta e oito, a partir de A Gaivota, de Anton Tchekov, Avenida Q e 2.º Esquerdo são também propostas do Trindade para esta temporada.

Descobrimentos, de Pedro Tochas, Joan as Police woman & Benjamim Lazar Davis, Coro da Primavera, numa homenagem a José Afonso, no ano em que se assinala o 30.º aniversário da morte do cantautor, e a entrega do Grande Prémio e do Prémio Miguel Rovisco, da XX edição do Concurso Novos Textos, no Dia Mundial do Teatro, são outros destaques da temporada daquela sala de espectáculos.

De Abril a Outubro, o Trindade vai propor ainda a rubrica Teatro Radiofónico, a cargo de Teresa Sobral, uma iniciativa a partir de O bairro, de Gonçalo M. Tavares.

Quem tem medo de Virginia Wolf, em cena de Abril a Junho, Fada Juju e a floresta encantada, um projecto de educação para a inclusão, vocacionado para a infância, uma homenagem a José Carlos Ary dos Santos, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores, no ano em que o poeta faria 80 anos (na noite de 24 para 25 de Abril), e o festival Deaf Talks 2017 são, segundo Inês de Medeiros, outros pontos altos da temporada.

De Junho a Dezembro será a vez de Há música no Trindade. Em Junho actuará também Pedro Tatanka e, no dia 24, vai regressar a Noite da Literatura Europeia, este ano em 5.ª edição.

Os músicos Yamandu Costa, José Mauel Neto, Dead Combo, Karl Valentin Kabarett, Salvador Sobral, Vitorino (e dois pianos), Mário Laginha e Tcheka, Frankie Chavez e "Il Trovatore" fazem parte da programação do ciclo Há música no Trindade.

À boleia para Hollywood, um texto de Neil Simon com encenação de Cucha Carvalheiro, protagonizada por Cláudia Vieira, João Lagarto e Sofia de Portugal, e Todo o mundo é um palco, um espectáculo comemorativo dos 150 anos do Trindade, criação de Beatriz Batarda e Marco Martins, completam a programação da temporada 2017 daquele teatro.

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