Interrogatório de Lalanda e Castro suspenso e retomado esta quinta-feira

Antigo patrão de Sócrates e ex-administrador da Octapharma, Paulo Lalanda e Castro, esteve desde esta quarta-feira de manhã a ser ouvido no Campus da Justiça, em Lisboa.

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Instalações da Octapharma em Portugal foram alvo de buscas em meados de Dezembro.. Nuno Ferreira Santos

O interrogatório do antigo patrão do ex-primeiro-ministro José Sócrates, Paulo Lalanda e Castro, foi suspenso ao fim da tarde desta quarta-feira, segundo noticiou a SIC e a RTP. O suspeito, ex-administrador da multinacional Octapharma, começou a ser ouvido nesta quarta-feira de manhã no Campus da Justiça, em Lisboa, e a diligência será retomada esta quinta-feira de manhã.

O suspeito terá sido constituído arguido a semana passada no âmbito da operação O Negativo, que investiga o modo como a Octapharma conseguiu manter em Portugal o monopólio da venda de plasma durante vários anos. Lalanda e Castro demitiu-se há menos de um mês de todos os cargos que detinha na farmacêutica, na sequência desta investigação. Terá sido presente esta quarta-feira a um juiz de instrução, porque este é o único que lhe pode aplicar medidas de coacção mais gravosas que o simples termo de identidade e residência. 

Neste processo investigam-se suspeitas dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais. O empresário, que tem residência oficial na Suíça, foi detido em meados de Dezembro na cidade alemã de Heidelberg, onde se encontrava em trabalho, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. 

Mas acabou por ser libertado por um juiz alemão, que entendeu não haver motivos para o manter detido. Relevante para essa decisão terão sido os requerimentos enviados ao Ministério Público pelos advogados de Lalanda e Castro, disponibilizando-se para prestar esclarecimentos, e o facto de estar sujeito a termo de identidade e residência noutro caso, a Operação Marquês, e de ter demonstrado que cumpria a obrigação de informar o Ministério Público das suas deslocações. 

As instalações da Octapharma em Portugal foram alvo de buscas em meados de Dezembro. Nessa altura foi detido Cunha Ribeiro, ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que ficou a aguardar o desenrolar da investigação em prisão preventiva. O médico tinha sido presidente do júri do concurso que permitiu à farmacêutica vender ao Serviço Nacional de Saúde o plasma inactivado. A investigação incide sobre negócios na área do sangue no valor de 137 milhões de euros. 

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