Dakar, uma aldeia global

O Dakar começou francês, foi-se entrosando nos europeus, primeiro da Europa ocidental, mas, por via dos camiões, também da Europa de leste. Cedo começou também a envolver japoneses, porque muitos dos construtores de veículos todo-o-terreno eram daí originários e isso estendeu-se aos pilotos orientais.

A passagem do Dakar para a América do Sul levou a um enorme aumento de nacionalidades, com destaque para os vários países sul-americanos. Mas chegaram também os chineses e pilotos dos mais diversos países. Este ano, estão inscritos pilotos de cerca de 60 nacionalidades, salvo erro. Nota-se na aparência e nos comportamentos algumas diferenças, mas como estamos ali todos no fundo para o mesmo, isso anula-se um pouco.

Uma das coisas boas do desporto é que essas diferenças se anulam no meio de cerca de 380 inscritos. O desporto tem a capacidade de facilitar as coisas nesse aspeto. No desporto funciona tudo mais como aldeia global. A mistura de equipas é muito grande e até mesmo dentro das equipas há uma grande diversidade de nacionalidades.

A comitiva portuguesa no Dakar é também cada vez maior. Onde ela se destaca mais é ao nível dos mecânicos. Não há nenhuma das principais equipas em que não estejam portugueses. E muitas vezes em lugares de destaque. Antigamente, isso queria dizer portugueses emigrados em França. Agora não. Os nossos mecânicos estão muito bem cotados no mercado e até já há equipas a instalar-se em Portugal para aproveitar melhor essa qualidade.

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